Governo anuncia os três primeiros centros macrorregionais para atender pessoas com autismo no RS

Governo anuncia os três primeiros centros macrorregionais para atender pessoas com autismo no RS

Também foi lançado nesta segunda-feira um novo edital para implantação de mais quatro Centros de Referência no Estado 

Jessica Hübler

Leite definiu o lançamento como um marco para o Estado

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O governador Eduardo Leite anunciou, nesta segunda-feira, os três primeiros municípios que irão sediar centros de referência macrorregionais em Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Rio Grande do Sul, são eles: Pelotas, Cachoeira do Sul e Santa Rosa. Estes são os primeiros centros macrorregionais de atendimento de pessoas com TEA. Eles atenderão as regiões Vales, Sul e Missioneira, respectivamente. 

Os centros fazem parte do projeto TEAcolhe, lançado em abril de 2021, e um repasse de R$ 200 mil já foi feito nesta tarde para as prefeituras. Além disso, a partir de agora, mensalmente cada município receberá R$ 50 mil para custeio das suas unidades. Os mesmos valores serão destinados aos demais centros macrorregionais a serem implantados, enquanto os futuros centros regionais receberão R$ 20 mil, por mês, cada um deles. 

Leite definiu o lançamento como um marco para o Estado. "Estamos fazendo história ao fortalecer e qualificar as redes de atenção às pessoas com TEA e suas famílias em todo o Rio Grande do Sul”, afirmou.

“Essa política pública significa apoio financeiro, tanto para implantação inicial quanto custeio mensal, totalizando alguns milhões de reais anuais investidos pelo governo para ajudar a sustentar esse atendimento especializado que estamos criando e, assim, articularmos uma verdadeira rede, que jogue junto, por todo o Estado, em favor desta população. É um projeto absolutamente inovador e que esperamos que cresça a partir da participação de mais municípios, para que estejamos na vanguarda do tratamento digno para as pessoas com autismo e suas famílias”, completou o governador. 

Edital

No evento de divulgação da novidade também foi lançado novo edital para implantação de mais quatro Centros de Referência nas macrorregiões Centro-oeste, Metropolitana, Serra e Norte, e de 30 Centros Regionais de Referência.  

A iniciativa é baseada na Lei 15.322, de autoria do deputado estadual Eduardo Loureiro (PDT) e, conforme o parlamentar, o anúncio marca uma data histórica para o movimento pró-autismo gaúcho. Na cerimônia, ainda foi lançada a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). Além dos dados exigidos pela Lei Federal, o documento gaúcho terá como diferencial a impressão de QR Code, que permitirá acessar informações adicionais e conterá geolocalização. 

O presidente da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul (Faders), Marquinho Lang, destacou que, a partir do lançamento, começará o processo de envio das carteiras de quem já preencheu o formulário. Desde que foi lançada, no último dia 18 de junho, foram recebidas mais de mil documentações de gaúchos com autismo para fazer a Ciptea. As carteiras passarão a ser enviadas a partir da próxima semana para os locais informados no formulário. 

A Ciptea foi criada pela Lei Federal 13.977/2020, também conhecida como Lei Romeo Mion (em referência ao filho do apresentador Marcos Mion). O documento produzido pela FADERS, além de atender as especificações da lei, inovou ao acrescentar mais dados no documento e, principalmente, ao incluir um QR Code que remete a uma página com mais informações sobre a pessoa com TEA e seus responsáveis.  

“A Ciptea é fundamental para as pessoas com autismo ter atendimento qualificado em Saúde, Educação e Assistência Social, por exemplo. A pessoa com autismo não tem traços físicos característicos que a tornam facilmente identificável e, em muitos casos, há dificuldade de comunicação. Este documento vem para tornar a vida destas pessoas mais acessível e inclusiva”, afirmou o presidente Marquinho Lang. 

A pessoa com autismo ou seus responsáveis devem acessar o formulário no site da Faders, onde encontrará também uma cartilha que explica passo a passo o procedimento. Entidades como as Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) estão auxiliando, sobretudo, as pessoas que não possuem acesso à internet ou que têm dificuldades para preencher corretamente o formulário. A Ciptea é totalmente gratuita, e é remetida para o local indicado pela pessoa que preencher o formulário.


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