Greenpeace Brasil alerta contra agenda de desmatamento na Amazônia

Greenpeace Brasil alerta contra agenda de desmatamento na Amazônia

Abertura de uma zona de mineração de mais de 40 mil km² na floresta amazônica é "apenas uma pequena mostra" dos projetos de Temer, afirma o diretor de campanhas Nilo D'Ávila

AFP

ONG de defesa ambiental participa de jornada de mobilização em 11 cidades contra a abertura da zona de Renca, entre os estados do Pará e Amapá

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O diretor de campanhas do Greenpeace no Brasil, Nilo D'Ávila, acredita que a anunciada abertura de uma zona de mineração de mais de 40 mil km² na floresta amazônica é "apenas uma pequena mostra" dos projetos do presidente Michel Temer no chamado pulmão do planeta. Em uma entrevista realizada neste domingo, no Rio de Janeiro, durante uma jornada de mobilização em 11 cidades contra a abertura da zona de Renca, entre os estados do Pará e Amapá, D'Ávila lamentou o "legado catastrófico" dos governos de esquerda em assuntos referentes ao meio ambiente, em particular o de Dilma Rousseff (2011-2016).

Qual é o objetivo das mobilizações desse domingo?
É uma chamada para que as pessoas se juntem e comecem a olhar com cuidado o que acontece na Amazônia nos tempos atuais, nessa era Temer. O que acontece em Renca é só uma pequena amostra do que vem acontecendo com o plano do governo para Amazônia. A gente tem um desmonte articulado a ser feito da legislação que regula o licenciamento ambiental no Brasil. E agora veio a público a vontade do governo de liberar todo o capital mineral brasileiro para a especulação internacional. É uma chamada para mostrar como esses movimentos do governo estão todos conectados e vão causar muita destruição na Amazônia.

A questão ambiental não parece mobilizar muito os brasileiros.
Existe uma certa indignação represada nos brasileiros. Eu fico um pouco preocupado pensando nos que terão a obrigação de contar essa história do Brasil no futuro, como é que eles vão fazer. São tantas coisas: para onde a pessoa olha temos um problema diferente, que vai desde a questão do regime trabalhista à aposentadoria, a Amazônia, a reativação nuclear, a perfuração dos corais. Uma quantidade tão grande de questões e escândalos que as pessoas não sabem o que fazer, como reagir. Neste momento ambientalista, resolvemos chamar as pessoas para reagir. Reagir a esse plano do governo que vai levar à destruição da Amazônia.

Houve uma política ambiental diferente em relaçã aos governos de esquerda (2003-2016)?

Não tivemos um grande legado. O governo de Dilma Rousseff foi catastrófico para o meio ambiente. Não temos, infelizmente, nada a comemorar nos últimos cinco ou seis anos. Por outro lado, isso é uma pena para o mundo, porque o Brasil, principalmente na agenda climática, tinha uma posição bastante progressista. Havia compromissos estabelecidos no Acordo de Paris; porém, se olharmos detalhadamente as ações do governo, há um distanciamento e uma impossibilidade de cumprirmos com esses compromissos.

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