Greve dos bancários segue por tempo indeterminado
Correntistas enfrentam problemas em fazer depósitos e pagamentos
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Laura Gonçalves Marques, de 63 anos, que está desempregada, precisava efetuar o pagamento de uma parcela do empréstimo com o banco Santander, mas a agência não está funcionando. “Enquanto eu não pagar, não posso usar meu cartão. O vencimento foi dia oito e agora vou ter que pagar juros”, desabafou Laura. Ela tentou efetuar o pagamento em uma lotérica, mas não foi possível. De acordo com o gerente da Loteria 7 da Sorte, Paulo de Carli, as lotéricas só fazem depósitos em contas da Caixa. “O pagamento de boleto de outros bancos, que não seja da Caixa, tem um limite de R$ 700. Se a conta for de R$ 700,01, não aceitamos”, explicou Paulo.
O biomédico Leonardo Freitas, de 34 anos, precisava encaminhar uma rescisão de contrato no atendimento da Caixa Econômica Federal, situada na Praça da Alfândega. “Me disseram que só posso fazer nessa agência”, explicou Leonardo. A recepcionista disse que não seria possível realizar o serviço, somente quando a greve terminar.
A única agência que está com atendimento nos caixas é o Banrisul da Praça da Alfândega, mas o tempo médio de espera é de 77 minutos. “Desde 1996 estou em Porto Alegre e nunca vi aquela agência fechar. Estão sempre abertos”, disse o diretor financeiro do SindBancários, Paulo Roberto Stekel. O advogado Luiz Antônio Beck, de 50 anos, ficou aguardando atendimento por mais de uma hora, mas disse que não tinha escolha “preciso pagar essa conta”.
Em meio a negociações falhadas e falta de flexibilização por parte da Fenaban, a categoria segue mobilizada e, de acordo com o diretor financeiro do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), Paulo Roberto Stekel, a adesão à greve tem aumentado consideravelmente.