Grupos de caminhoneiros convocam greve para segunda-feira

Grupos de caminhoneiros convocam greve para segunda-feira

Paralisação não tem apoio da Federação dos Caminhoneiros do RS e da Confederação Nacional dos Caminhoneiros e Transportadores Autônomos de Carga

Christian Santos da Silva

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Uma nova paralisação dos caminhoneiros foi convocada para a próxima segunda-feira, 1º de novembro. Dentre os envolvidos, mobilização integra representantes de entidades como Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava). Eles reivindicam um controle dos preços praticados pela Petrobras e o cumprimento de valores mínimos de frete previstos pela lei 13.703, de 2018, ano da greve ocorrida em todo país.

Um levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP) mostra uma média nacional do preço do diesel de R$ 5,031, o que representa um aumento de pelo menos 40% em relação à média de outubro do ano passado. Outro fator que descontentou a categoria foi um vídeo do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que circulou nas redes sociais nos últimos dias. “Meu business é baixar frete”, diz Freitas para uma plateia de empresários. “A realidade é essa. A gente tem uma conversa muito franca (com os líderes caminhoneiros). O pessoal reclama: ‘O frete está caindo’. Que bom. Se o frete estiver subindo tem alguma coisa errada”, alega. “Quando eles falam: ‘Ministro vamos fazer uma greve’, eu pergunto: Vocês vão ganhar o que com a greve? Se acha que preço do diesel vai baixar, lamento, mas não vai”, completou.

O diretor da confederação e presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí-RS, Carlos Alberto Litti Dahmer, disse que os caminhoneiros estão em estado de greve e aguardam que o ministro da Infraestrutura atenda a pauta de reivindicações da categoria. Uma reunião para debater o tema chegou a ser marcada para esta quinta-feira, entre a Secretaria Especial de Articulação Social, ligada à Secretaria de Governo da Presidência da República, integrantes da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas e representantes da categoria. No entanto, o encontro foi cancelado.

Paralisação não é unânime entre caminhoneiros 

A opção pela paralisação não é uma unanimidade entre os caminhoneiros. O Presidente da Federação dos Caminhoneiros do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina (Fecam) e da Confederação Nacional dos Caminhoneiros e Transportadores Autônomos de Carga (Conftac), André Costa, salientou que as entidades “não apoiam nenhuma paralisação dos caminhoneiros”. Ele reafirmou também que a Fecam e a Conftac não estão envolvidas no movimento que está ocorrendo com concentrações de caminhoneiros nas rodovias.

Segundo ele, o que se vê em maioria são pontos isolados com caminhões novos e equipamentos agrícolas de boa qualidade, não caracterizando caminhoneiros autônomos. “Alguém deve ser o proprietário disso e ter suas razões para tumultuar a sociedade”, destacou.


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