Hipster da Federal é enterrado em Brasília sob forte comoção

Hipster da Federal é enterrado em Brasília sob forte comoção

Lucas Valença morreu após levar um tiro no peito dentro de uma fazenda em Goiás; ele sofria de depressão e estaria em surto

R7

publicidade

Amigos e familiares se reuniram na manhã desta sexta-feira para se despedir do agente da Polícia Federal Lucas Valença, 36 anos, conhecido como hipster da Federal. O velório e o enterro ocorreram no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, em Brasília. 

"Ele merece tudo isso", disse a amiga Deise Menezes, que esteve com o policial horas antes da morte. Agentes da PF lotaram o local. Parte do grupo chegou em viaturas oficiais.

Os policiais fizeram um corredor, por onde os familiares de Lucas passaram e foram aplaudidos. Em posição de sentido, ele acompanharam o transporte do corpo até a sepultura. Do alto de um helicóptero da PF, agentes jogaram pétalas brancas e vermelhas na passagem do caixão.

Lucas morreu na última quarta-feira após levar um tiro de espingarda no peito dentro de uma fazenda em Buritinópolis, em Goiás. A família do agente disse que ele estava tendo um surto psicótico quando invadiu a propriedade aos gritos de que "havia um demônio" no local e desligou a energia da casa. 

De acordo com a advogada Sindd Lópes, o policial estava com depressão e fazia tratamento psicológico. Ele havia passado o Carnaval com a família em uma fazenda de Goiás, onde também comemoraram o aniversário do irmão de Lucas. Durante o período, foi quando o agente teve o surto, na noite da quarta-feira.

No boletim policial registrado como homicídio, o dono da fazenda, um homem de 29 anos, informou que estava em casa com a mulher e a filha quando ouviu barulho do lado de fora e "uma gritaria com diversos xingamentos". Ele também disse que em seguida viu Lucas e que o policial desligou o padrão de energia e arrombou a porta da casa. O proprietário rural teria mandado o policial ir embora.

"A vítima [Lucas] dizia: 'Saiam todos de dentro de casa, senão vou entrar e matar'", detalhou o delegado Adriano Jaime Carneiro, plantonista da Delegacia Regional de Posse (GO).

O fazendeiro relatou que "o homem estava entrando na sua casa e, por medo e para proteger sua família, efetuou um disparo de espingarda na direção do invasor, não sabendo se havia atingido aquela pessoa". Ao religar a energia, o dono da propriedade percebeu que havia atirado no peito de Lucas. O agente da PF morreu no local. O fazendeiro, então, acionou a Polícia Militar de Goiás.

Valença ganhou projeção nacional depois de escoltar políticos presos pela Operação Lava-Jato. Na época, pelo estilo de cabelo, em coque, e pela barba comprida, foi apelidado na internet de hipster da Federal. 

Em 2016, Lucas viralizou ao aparecer fazendo a escolta do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ), réu na Operação Lava Jato. O sucesso do policial nas redes sociais foi tanto que ele ganhou até um boneco no Carnaval do Recife em 2017.

O último caso emblemático em que Lucas atuou foi a caçada ao criminoso Lázaro Barbosa, em Cocalzinho, em junho de 2021. Ele estava entre os 270 policiais do DF que fizeram parte da megaoperação.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895