Hospitais de Porto Alegre registram outra bactéria resistente a antibióticos

A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre relatou, nesta quinta-feira, que a presença da bactéria resistente a antibióticos, Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC), foi confirmada em mais de um hospital de Porto Alegre. A entidade enfatizou, contudo, que esse microorganismo aparece de forma cíclica em todo o País e é possível fazer o controle dentro do ambiente hospitalar.

Conforme a assessoria da secretaria, a situação que preocupa é o registro da nova bactéria New Delhi metallo-beta-lactamase (NMD-1), restrita ao Grupo Hospitalar Conceição. Esta sim é uma "superbactéria" identificada pela primeira vez no Brasil. A NMD-1 não responde a tratamentos de antibióticos e que pode ser combatida apenas pelo próprio sistema imunológico do paciente. Por conta deste microorganismo, o GHC sofre a interdição de 15 leitos na sua UTI.

Ainda de acordo com a secretaria, será informado um percentual de hospitais de Porto Alegre que registram a KPC, mas como referência de controle. O órgão salientou que a a KPC precisa ser controlada e combatida, existindo controles em todos os hospitais para isso, mas que a situação não é comparável à da NMD-1.

Após a confirmação de 23 casos de duas bactérias resistentes no Hospital Conceição, em Porto Alegre, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta quarta-feira medidas para controle da transmissão, entre elas o bloqueio de leitos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da instituição, a fim de efetuar a descontaminação. Serão fechadas 15 vagas por vez, por um prazo entre sete e 10 dias, até que a limpeza cubra os 59 leitos do setor. Durante os quatro períodos de bloqueio, o mesmo número de vagas vai ser oferecido em outros hospitais. Devem ser abertos cinco leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) em instituições particulares da Capital e outros 10 leitos em Canoas.

Outra medida divulgada pelo ministro em coletiva de imprensa, em Porto Alegre, foi a ampliação da equipe de limpeza permanente da UTI. Para isso, serão lançados editais para contratação de profissionais específicos para o setor, que atuarão de forma permanente. Até o momento foram identificados 18 pacientes colonizados com KPC, ou seja, qsão portadores de germes mas não desenvolveram a doença. Desses, seis estão na UTI. Apenas um foi considerado infectado.  A NMD-1 infectou cinco pacientes.