Hospital de Clínicas faz cobranças para atender casos de coronavírus no RS

Hospital de Clínicas faz cobranças para atender casos de coronavírus no RS

Diretor-presidente alega maior necessidade de equipamentos e pessoal para alcançar excelência na qualidade dos tratamentos

Cláudio Isaías

Hospital de Clínicas apresentou suas demandas a autoridades

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Apontado pelo Ministério da Saúde como uma das instituições de saúde para funcionar no atendimento aos casos de coronavírus no Estado, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) cobrou estrutura (equipamentos e pessoal) para que possa prestar o serviço com excelência e qualidade. O alerta foi feito pela diretora-presidente do HCPA, Nadine Clausell, durante a vistoria realizada nesta sexta-feira pelo governador Eduardo Leite, pelo secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Erno Harzheim, e pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior.

A comitiva percorreu as novas instalações dos blocos B e C do hospital. Assim como os hospitais Nossa Senhora Conceição, em Porto Alegre, e o Universitário em Canoas, o Ministério da Saúde indicou o Hospital de Clínicas para compor a rede de atendimento contra a doença. No entanto, as novas alas da unidade ainda não têm equipamentos e nem funcionários – médicos, enfermeiras, técnicos de enfermagem e servidores administrativos que teriam que ser contratados através de concurso público.

Para equipar os blocos B e C, segundo Nadine Clausell, seriam necessários cerca de R$ 100 milhões. As obras da nova estrutura avaliadas em R$ 487 milhões foram entregues em outubro do ano passado. Nos últimos anos, o hospital passou por um processo de ampliação e os dois novos blocos já estão prontos. "Essa estrutura não recebeu os equipamentos necessários para funcionar e ainda não temos as licenças, como Habite-se e PPCI, para operar", destacou Nadine Clausell. A abertura parcial pode ser feita em abril deste ano, com o início da ocupação da emergência, mas sem o funcionamento da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Diante da demanda apresentada pelo governo federal, a administração do Hospital de Clínicas cobrou auxílio para equipar as novas alas. Entre os itens necessários estão camas, bombas de infusão, máquinas de hemodiálise e aparelhos para suporte respiratório.

Neste sábado, a diretora-presidente do HCPA, Nadine Clausell, pretende detalhar a situação ao secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, que visita o hospital. “Vamos visitar estes dois andares, mais a nossa equipe técnica, para avaliar in loco como vai se dar essa operação para que possa haver agilidade na aquisição dos equipamentos”, explicou. “Isso é muita coisa, isso envolve muita gente e muito recurso”, acrescentou a médica. Nadine Clausell destacou a questão do clima para pedir agilidade na estruturação dos dois novos blocos. O processo deve levar, ao menos, dois meses. “O inverno vai chegar e o inverno vai ser contra nós.“Mesmo assim, a gente vai ter que ter empresas externas para conseguir montar tudo isso”, acrescentou a diretora-presidente do Clínicas. Ela afirmou que o hospital “não vai dar um passo maior que a perna” e que não pode “dourar a pílula” diante da crise do coronavírus. “Temos assistido às declarações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. De uma certa maneira, nos lisonjeia em rede nacional, colocando o Hospital de Clínicas naquela posição; mas, ao mesmo tempo, nos enche de preocupação”, acrescentou.

Já o governador Eduardo Leite afirmou que a relevância do Hospital de Clínicas para o Rio Grande do Sul é muito grande, principalmente no atendimento e na atenção à alta complexidade. Esse incremento será muito significativo no atendimento à população”, afirmou. Leite explicou que o Estado está se preparando para dar uma resposta rápida e eficiente. “Não tínhamos a ilusão de que, neste mundo globalizado, o vírus não chegaria ao Brasil. Não é possível evitar, mas estamos trabalhando para estarmos prontos. O inverno é sempre preocupante devido às doenças respiratórias que acometem nossa população, e se torna especialmente desafiador com a chegada desse vírus”, ressaltou.


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