Idosos reclamam do sistema de ônibus de Porto Alegre após a permissão para o retorno de uso

Idosos reclamam do sistema de ônibus de Porto Alegre após a permissão para o retorno de uso

Durante a parte inicial da pandemia, eles não podiam usar o transporte coletivo e os problemas se agravaram com a liberação

Cláudio Isaías

Idosos relatam dificuldades que passaram a ter nos ônibus após a liberação da utilização pela prefeitura de Porto Alegre

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Com a permissão da prefeitura de Porto Alegre, os idosos voltaram a frequentar praças e parques, além de usar o cartão TRI, de passagens do ônibus urbano, sem restrição de horário. Desde março, com o início da pandemia da Covid-19, as atividades ao ar livre de pessoas com mais de 60 anos, grupo de risco da doença, estavam restritas.

O deslocamento das pessoas com mais de 60 anos era permitido apenas para atividades "estritamente necessárias", como atendimento médico e hospitalar, realização de exames, vacinação e compra de itens essenciais em mercados e farmácias. No entanto, com essa flexibilização, os idosos reclamam do fechamento do posto de vendas de passagens da rua Uruguai, no Centro Histórico e da ocupação do espaço destinado a idosos, gestantes e mulheres com crianças no colo nos ônibus por pessoas que não fazem parte desses grupos prioritários.

O aposentado Roberto Fissmer, morador do bairro Agronomia, na zona Leste, disse que o fechamento inviabilizou a confecção de novos cartões para quem mais necessita, no caso os idosos.

Segundo ele, os terminais de embarque estão repletos de pessoas idosas, que ao ingressarem nos ônibus não podem passar a roleta porque não possuem o cartão de isentos. Na manhã desta quarta-feira, nos terminais de ônibus da Praça Parobé e da rua Uruguai, é possível perceber que os idosos acabam ficando confinados na parte da frente dos veículos.

O aposentado Marcelo Antônio Freitas, residente no bairro Santana, disse que tem evitado a circulação no Centro pelo fato dos ônibus estarem circulando com muita gente. "Muitas vezes, o espaço destinado ao idoso já está ocupado por uma pessoa que muito bem poderia passar a roleta", ressaltou. Segundo Fissmer, alguns cobradores e motoristas, de modo ríspido, dirigem-se aos idosos afirmando que eles deveriam providenciar a confecção do cartão para que passassem a roleta.

Segundo a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP), os cartões de isenção sempre foram gerenciados pela prefeitura/EPTC. Além disso, a entidade informa que nenhum cartão de isenção está bloqueado ou com restrição, a não ser que tenha sido usado por um terceiro e reprovado na biometria facial.

Com relação aos assentos reservados, a associação informou que todos os coletivos têm os assentos preferenciais reservados e sinalizados, e a tripulação é orientada a instruir os passageiros a deixar os assentos preferenciais livres aos usuários necessitados, assim como solicitar que deixem a catraca e corredores livres quando possível.


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