Imigrantes apresentam trabalhos em feira de empreendedorismo

Imigrantes empreendedores participaram de uma feira no Centro Ítalo Brasileiro de Assistência e Instrução às Migrações (Cibai Migrações ), no bairro Floresta, neste sábado. Artesanatos, comidas típicas e atrações culturais foram apresentados ao longo do dia por brasileiros e imigrantes de países como Bolívia, Haiti, Líbano, Peru, Senegal, Venezuela e Uruguai.

Nos últimos meses, os imigrantes participaram de um curso de capacitação sobre microempreendedorismo oferecido pelo Cibai, assim aprenderam como começar seus negócios e tirar o MEI (Microempreendedor Individual). "Ante a dificuldade de conseguir um emprego, os imigrantes usam suas habilidades e competências para criar um negócio próprio e garantir o pão de cada dia", observa Anderson Hammes, diretor do Centro. 

O curso é voltado para mulheres migrantes, que, segundo Hammes, são as mais vulneráveis nesse contexto. Ao final das aulas, as participantes recebem um capital de R$ 1.500 reais para começar um negócio. Cerca de 200 mulheres em três turmas já concluíram a formação que é oferecida desde maio de 2020 e uma quarta turma está em aula.

Uma das imigrantes a participar do curso é a venezuelana Moreidy Valera, que fez presença na feira vendendo seus laços e tiaras para crianças. Moreidy, que está há quatro anos no Brasil e tem três filhos, Rachell, de cinco anos, Lucas, de três, e Alissa de apenas 11 meses, viu-se sozinha com as crianças e sem fonte de renda quando o marido a deixou.

A ideia do negócio veio de uma amiga e a venezuelana não acreditou muito no início. "Eu nunca havia mexido com artesanato, mas depois de dois meses fazendo os laços eu percebi que eu era boa nisso e persisti", sorri Moreidy. Com o curso do Centro, a empreendedora conseguiu dar seguimento a loja online Laços da Amore, que criou em abril de 2021. Hoje vende seu artesanato pelo Instagram. "Estou muito feliz, graças ao Cibai e as minhas clientes consegui melhorar meu negócio. Eu estou conseguindo", comemora. 

O evento foi promovido pelo Cibai Migrações e com apoio da OIMBrasil, da Agência das Nações Unidas para as Migrações. Essa foi a primeira feira do tipo. "É extremamente importante esse tipo de evento para divulgar não apenas a cultura e o artesanato, mas também a forma de empreendedorismo. A ideia é que nos próximos meses façamos mais eventos com esse objetivo", afirma Iurqui Pinheiro, coordenador de escritório da OIM no RS.