Impacto das restrições às atividades econômicas é debatido em audiência pública na Assembleia

Impacto das restrições às atividades econômicas é debatido em audiência pública na Assembleia

Comissão de Assuntos Municipais reuniu segmentos econômicos, empreendedores e profissionais que sofrem com a pandemia

Sidney de Jesus

Deputada estadual Any Ortiz (Cidadania) fez a apresentação do debate que ocorreu nesta terça

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As condições de segmentos econômicos e de empreendedores e profissionais que sofrem com as restrições às suas atividades na pandemia, foi o tema de debate da Comissão de Assuntos Municipais, em Audiência Pública Virtual transmitida nesta terça-feira pelo canal da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS). 

A deputada estadual Any Ortiz (Cidadania), que fez a apresentação do debate, defendeu que sejam tomadas medidas que amenizem as questões financeiras que assombram as pessoas que querem cumprir os seus compromissos, mas estão impossibilitadas de trabalhar devido às restrições impostas pelo novo decreto do governo.

"Estamos extremamente preocupados com o agravamento da disseminação do Covid-19, mas também com a crise econômica, resultado das restrições impostas pelas medidas sanitárias vigentes. O Estado deve ter  contrapartidas em relação às empresas, o comércio varejista e atacadista  e também aos profissionais ligados à cultura, eventos e tantas outros setores, para a reabertura gradual das atividades geradoras de emprego e renda com segurança e seguindo os devidos protocolos”, ressaltou a deputada.

O vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes afirmou que é necessário conciliar a questão da saúde e a economia. Segundo ele, a estrutura hospitalar não está sendo suficiente para atender a demanda exacerbada do vírus, mesmo com o esforço da prefeitura em aumentar o número de leitos, e o impacto do fechamento das atividades afetou,  além dos empresários, a camada mais pobre da população.

"São situações que preocupam e precisam da atenção do poder público. Na saúde fizemos um esforço para a abertura de 200 novos leitos de UTI e 600 de enfermaria para o acolhimento e atendimento das pessoas com a Covid-19. Já na economia, com a restrição de atividades foram perdidos cerca de 17 mil empregos formais, só no setor de alimentação, e 78 mil pessoas perderam suas ocupações no mercado informal”, revelou o vice-prefeito. 

Ele lembrou que 47% dos micro e pequenos empresários estão com dificuldades em manter seus negócios. Nos nossos esforços, dentro dos devidos protocolos de prevenção, são para estender o máximo possível a reabertura das atividades econômicas, para que o impacto da perda de negócios durante a pandemia seja o menor possível”, ressaltou Ricardo Gomes.

Decreto

“É inadmissível que o Estado faça um decreto que interfira na economia do RS sem oferecer uma política pública que ofereça uma solução”, criticou o deputado Beto Fantinel (MDB), ao manifestar sua contrariedade às restrições impostas pelo governo.

Segundo ele, o setor empresarial não é responsável pela contaminação do vírus da Covid-19. “É injusto que uma pessoa que trabalhou a vida inteira para montar o seu negócio pague com a suspensão de suas atividades”, reclamou  Fantinel, lembrando que o comércio é um dos setores que mais obedecem as regras para controle da disseminação do coronavírus. “As atividades econômicas  não espalham o vírus. Os responsáveis pela propagação são as pessoas que fazem festas clandestinas”, afirmou.

Situação ainda é grave 

Para a secretária estadual da saúde, Arita Bergman, já existem sinais de uma desaceleração do vírus, mas a situação ainda é muito grave e preocupante. “Esperamos que a população e o setor econômico colaborem. As restrições têm de acontecer e os municípios têm que adotar planos para combater a Covid-19, com a volta da cogestão”, afirmou a secretária da saúde.

Ela lembrou que mesmo as economias mais sólidas do mundo tiveram que tomar medidas mais duras  para conter a doença. “Só vamos conseguir reduzir o contágio, a transmissão do coronavírus e a necessidade de internação de pessoas, cumprindo rigorosamente os protocolos “, afirmou Arita. 

A audiência pública virtual teve a participação  ainda de prefeitos, representantes de segmentos econômicos, empreendedores e profissionais que sofrem com as restrições às suas atividades provocadas pelo Covid-19. 


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