Instalação de tendas externas em UPAs de Porto Alegre está incompleta

Instalação de tendas externas em UPAs de Porto Alegre está incompleta

No último domingo, pacientes que buscaram atendimento no Hospital Vila Nova e no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas precisaram se misturar a outros doentes na sala de espera

Felipe Samuel

Tendas externas contam com profissionais para atender, examinar e orientar cuidados domiciliares

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Anunciada pela Prefeitura de Porto Alegre como medida emergencial para enfrentar a expansão do novo coronavírus na Capital, a instalação de tendas em pronto atendimentos ainda está incompleta. No último domingo, os pacientes que apresentaram sintomas de síndromes gripais e buscaram atendimento nas unidades de atendimento do Hospital Vila Nova, na Zona Sul, e do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, no bairro Bom Fim, precisaram se misturar a outros doentes na sala de espera. De acordo com a prefeitura, a instalação das estruturas visa justamente evitar a circulação dentro do ambiente hospitalar.

No Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, um funcionário ainda pintava as paredes da estrutura que vai receber os pacientes com sintomas gripais. O local de 15 m² fica antes da entrada da emergência e deve estar à disposição da população até o final da semana. O barulho de martelos e a movimentação de operários que construíam um banheiro em uma estrutura do lado de fora do Hospital Vila Nova ditavam o ritmo das obras no local. A previsão é que a estrutura esteja montada até o fim de semana. Enquanto isso, pessoas com sintomas gripais vão seguir aguardando atendimento com outros pacientes na sala de emergência.

Com estrutura do lado de fora instalada e preparada para receber a população, a unidade de Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul registrou movimento intenso no primeiro dia do serviço. "A tenda começou a funcionar às 7h e é especialmente a pacientes com quadro viral leve. O objetivo dela é liberar esse paciente o mais rapidamente para isolamento domiciliar", explica a diretora de Enfermagem, Janice Martins. O espaço conta com dois clínicos e um pediatra. A ideia é manter a estrutura por tempo indeterminado. "Pacientes com sintomas mais agudos, recomendamos quarentena direto. Ele sai daqui com atestado", reforça.

“Triagem da triagem”

Conforme Janice, a instalação da tenda visa retirar os pacientes “o mais rápido” da emergência para que ele possa voltar para sua casa. A iniciativa tem por objetivo diminuir o acesso a esses pacientes ao serviço fechado e tirar o 'contaminante' de dentro dos serviços. “É a triagem da triagem. Queremos evitar que esse paciente entre no serviço fechado onde tem pessoas com outras patologias. É priorizar esses pacientes e tirar ele o mais rápido daqui para que ele possa voltar para sua casa”, alerta. Na primeira semana, a unidade vai atender 24 horas. “Depois vamos reavaliar.”

De acordo com a prefeitura, as unidades de Pronto Atendimento da Lomba do Pinheiro, Bom Jesus e do Hospital Restinga Extremo Sul também estão funcionando desde esta segunda. As tendas contam com profissionais para atender, examinar e orientar cuidados domiciliares. Se necessário atendimento de maior complexidade, pacientes serão encaminhados para hospitais. Os espaços servirão para triagem, acolhimento e orientação para quadros gripais. A instalação destes equipamentos levam em conta o avanço dos casos confirmados do novo coronavírus na Capital e o Plano de Contingência da Prefeitura.


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