Intenso volume de chuva provoca alagamentos e prejuízos em Porto Alegre

Intenso volume de chuva provoca alagamentos e prejuízos em Porto Alegre

Quantidade de água registrada na madrugada desta terça-feira é quase a metade da média histórica para o mês

Gabriel Guedes

Grande quantidade de chuva deixou ruas alagadas na Capital

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Porto Alegre começou a terça-feira embaixo de muita água. Desde o final da noite de segunda-feira até o amanhecer deste dia 28, choveu pelo menos 57,8 mm, valor que é a metade da média histórica para julho, que é de 128,62 milímetros, conforme a Defesa Civil da Capital. Cada milímetro corresponde a 1 litro de água por metro quadrado.

Tanta chuva em poucas horas não cai sem causar danos em Porto Alegre. Ruas e casas ficaram alagadas mais uma vez e até uma tampa de bueiro foi arrancada pela água na Avenida Voluntários da Pátria esquina com Rua Álvaro Chaves. A grande quantidade de raios que acompanhou o aguaceiro, também deixou 46 conjuntos de semáforos sem funcionar. Não houve informação de feridos.

A chuva que caiu durante toda madrugada e ainda pela manhã, por vezes, era torrencial, com muitíssima água caindo em poucos minutos. Também houve queda de granizo em bairros de Porto Alegre, como no Moinhos de Vento, e também em Águas Claras, em Viamão, segundo a MetSul Meteorologia. Apesar das pedras, não houve vendaval. Mas mesmo assim, na avenida. Vicente da Fontoura, próximo à travessa Fonte da Saúde, uma árvore caiu e deixou a via parcialmente bloqueada até a manhã desta terça.

Um dos pontos mais atingidos pela chuva foi a Avenida Sertório. Durante parte da madrugada, a via ficou alagada nos dois sentidos na região dos bairros São João e Santa Maria Goretti. Com o passar das horas, o nível da água cedeu na avenida, mas permaneceu causando transtornos nas ruas transversais, como a Dona Sebastiana. No local, o aposentado Nestor Remor, 67 anos, estava passando com seu Chevrolet Cruze, quando acabou sendo surpreendido pelo nível da água e seu carro estragou. “Nunca vi alagar assim aqui. Agora é esperar a assistência”, contou.

Entretanto, segundo o dono de uma oficina mecânica que fica na rua onde estragou o veículo, Luiz Alcione Drumm, 68, relata morar há 40 anos na rua. “Sempre foi assim aqui. Desta vez até desceu rápido. Mas já chegamos a ficar dois dias com alagamento aqui”, disse Drumm. Com a enxurrada, também é comum os carros perderem as placas ao tentarem passar pela rua. Na oficina dele, há pelo menos duas, que foram deixadas para trás. Por ser uma região com muitos empreendimentos do segmento automotivo, as constantes inundações na região provocam também prejuízos aos negócios.

“Atrapalha bastante. Quando dá chuva assim, ficamos sem movimento. E agora, com a pandemia, isso só piora as coisas”, contou Nilva Colares, 51, supervisora de uma loja de pneus na Sertório com a Rua Marquês do Alegrete. Com a chuvarada desta terça-feira, as entradas e saídas ficaram novamente bloqueadas. “Nossos clientes já sabem como fica em dias de chuvarada assim e até ligam para saber se dá pra ir na loja. Mas quando a Sertório alaga fica pior ainda”, descreveu Nilva.

Drumm relembrou que a questão dos alagamentos na região já vêm sendo discutida há anos, de gestões anteriores à atual. “Já fizemos uma reunião entre moradores, comerciantes e o prefeito da época, o Fortunati. Sugerimos abrir uma galeria na Sertório para a água escoar para o outro lado da avenida, mas esta obra nunca foi feita”, afirmou.

Segundo a Prefeitura de Porto Alegre, por meio de nota, informou que a região da Sertório sofre com alagamentos há pelo menos 30 anos por falta de estrutura e de investimentos em macrodrenagem. Também afirmam que as casas de bombas - que retiram a água das regiões mais baixas, operam com 80% da capacidade na cidade.

Por último, a prefeitura diz que está resolvendo o problema da avenida, mas em outro ponto, com as obras da macrodrenagem da bacia do Arroio Areia, pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade (SMIM). “Este conjunto de obras servirá para amenizar os alagamentos nesta região, contemplando, inclusive a reforma e ampliação da Ebap Silvio Brum”, disseram.

 


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