Internações em leitos de UTI se mantêm acima de 90% em Porto Alegre

Internações em leitos de UTI se mantêm acima de 90% em Porto Alegre

Monitoramento aponta 722 pacientes internados

Felipe Samuel

Ocupação de UTIs na Capital preocupa

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O aumento dos casos de Covid-19 na Capital já reflete no atendimento de hospitais referências no tratamento da doença. Nesta quarta, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) anunciou a ampliação dos leitos de retaguarda, cancelamento de cirurgias e suspensão das internações clínicas eletivas. A instituição atribui a decisão ao crescimento dos casos confirmados e suspeitos da Covid-19. Até o começo da noite, conforme dados do monitoramento de UTIs de Porto Alegre, 722 pacientes estavam internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

A exemplo dos índices registrados desde o início da semana, a taxa geral de ocupação seguia em patamar elevado, com 91,28% de lotação. Do total de internações, 348 eram relacionadas à Covid-19, com 310 pessoas com diagnóstico confirmado para a doença e 38 casos suspeitos. Moinhos de Vento, São Lucas, Vila Nova e Restinga estavam sem vagas em UTI. Com 84 dos 87 leitos críticos dedicados à Covid-19 ocupados e 33 dos 34 leitos de enfermaria ocupados até o começo da noite, o Hospital de Clínicas comunicou novas medidas de contingência: cancelamento até sábado de todas as cirurgias que demandem leitos de CTI e suspensão das internações clínicas eletivas.

Conforme o HCPA, serão abertos mais leitos de enfermaria dedicados ao atendimento de pacientes Covid-19 e reforça que a medida é em função da elevação do número de atendimentos nos últimos dias a pacientes suspeitos e confirmados de Covid-19, com alta demanda na Emergência, em leitos de enfermaria e críticos. O hospital reforça que 'monitora permanentemente este cenário e organizou, durante o feriado, a abertura de novos leitos dedicados a casos do coronavírus. Mas, mesmo assim, a demanda encontra-se acima da capacidade operacional'.

Coordenadora do Grupo de Enfretamento ao Coronavírus no HCPA, Beatriz Schaan, explica que há uma semana já se observa aumento dos casos relacionados à Covid-19. Ela alerta, no entanto, que esse crescimento não tem relação com o feriado de Carnaval, o que gera ainda maior preocupação. "É um comportamento inesperado o número de pacientes que temos recebido", destaca. "Tivemos que mobilizar equipes de novo, como foi no auge da pandemia em agosto e setembro, com profissionais de outras áreas para atuar na emergência, enfermaria e UTI. Mas realmente está difícil dar conta,  todos os hospitais estão lotados", completa.

No Estado, a taxa de ocupação total de UTIs apresentava elevação pelo terceiro dia seguido - 79,8% de lotação -, com 2.133 pacientes em estado grave. Do total, 1.153 (54,1%) são de casos confirmados para o novo coronavírus ou com diagnóstico suspeito. No dia anterior, a taxa de ocupação chegou a 79,5%. Os leitos privados registravam 82% de lotação e os leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) tinham 78,9% de ocupação.


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