Internações pela Covid-19 avançam no RS e sistema de saúde fica em alerta

Internações pela Covid-19 avançam no RS e sistema de saúde fica em alerta

Apesar do crescimento de casos, coordenadora da Equipe de Regulação Hospitalar de Porto Alegre, Denise Tessler Soltof, afasta possibilidade de colapso hospitalar

Felipe Samuel

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A Secretaria Estadual de Saúde (SES) registrou, ao longo do mês de janeiro, o maior número de óbitos pela Covid-19 em seis meses no Rio Grande do Sul. Os dados são um reflexo do avanço da variante ômicron nas internações no Estado. A coordenadora da Equipe de Regulação Hospitalar de Porto Alegre, Denise Tessler Soltof, explica que o crescimento das hospitalizações neste mês começou a partir do dia 18, com aumento das solicitações para internação principalmente em leitos de enfermaria. "Foram muitas solicitações de pacientes com outras patologias e que na hora testagem se identificam como pacientes positivos. São pacientes assintomáticos de Covid-19, mas que precisam de internação por outras patologias", afirma. 

A disparada dos casos confirmados para a doença em janeiro deixam em alerta o sistema de saúde. "Estamos monitorando diariamente as solicitações por síndrome gripal e por outras patologias com Covid-19. Já se ampliou o número de leitos disponíveis para isolamento para atender esses paciente", destaca. Denise ressalta que está sendo realizado um trabalho junto a toda rede de saúde para garantir assistência à população e garantir condições de ampliação dos leitos. "É diferente daquela situação que vivenciamos no ano passado, que eram internações por síndrome gripal, muitos sintomáticos graves e a maioria com necessidade de internação em UTI", compara.

Nesse contexto, ela avalia que não existe possibilidade de colapso do sistema de saúde. "Pelo que a gente está vendo, não vamos chegar aquele extremo que se chegou há um ano", observa. Nos últimos dois dias, Denise afirma que houve estabilização das solicitações para internação. "Não aumentou tanto, mas ainda assim não estamos em decrescente", alerta. A expectativa, levando em consideração o comportamento da variante Ômicron na Europa, é de que o pico da doença se mantenha até o final de fevereiro.

Com 1.899 pacientes em estado grave no Estado, a taxa de lotação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) apresentava estabilidade, com 61,7% dos leitos ocupados. Do total, 536 apresentavam diagnóstico para Covid-19, um aumento de 94,2% em relação há 15 dias, quando os casos confirmados totalizavam 275. Na Capital, as internações também acompanhavam o crescimento verificado no Estado, com 153 pacientes hospitalizados em leitos de UTI Covid-19. Desde 13 de outubro do ano passado não havia tantas internações em função da doença.


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