Justiça suspende novas remoções de moradores da Vila Nazaré

Justiça suspende novas remoções de moradores da Vila Nazaré

Decisão cobra solução habitacional da Fraport

Correio do Povo

Remoção das famílias da Vila Nazaré virou questão judicial

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A Justiça Federal deferiu parcialmente Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal e suspendeu novas remoções de famílias que vivem na Vila Nazaré, nas proximidades do aeroporto Salgado Filho. Uma nova audiência foi marcada para 8 de agosto, quando a Fraport deve apresentar uma solução para o caso. 

Na decisão, a juíza Thais Helena Della Giustina também determina que a concessionária faça o cadastramento de “todas as famílias, atividades comerciais e demais atividades geradoras de renda desenvolvidas na integralidade da Vila Nazaré, incluindo a área externa ao sítio aeroportuário”. A liberação da área pelos moradores é necessária para as obras de ampliação da pista do Salgado Filho. 

Além disso, o texto da decisão exige que a concessionária “apresente solução habitacional que abranja a totalidade das famílias da vila Nazaré, a qual deve ser adequada aos moradores, garantindo-se a manutenção de seus meios de geração de renda, conforme o exposto, respeitando a adequação e identificação territorial e cultural da comunidade, bem como seu direito a escolha, garantindo a isonomia de tratamento, inclusive com relação às opções disponíveis”.

A juíza também mandou o Demhab suspender contratação e remoção de famílias para unidades de empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida para a segunda etapa da retirada dos moradores. Na primeira etapa, 128 famílias já haviam escolhido unidades habitacionais para morarem.

A Prefeitura de Porto Alegre, através da Procuradoria-Geral do Município (PGM), ressaltou entender que a decisão se refere apenas à segunda fase de reassentamento da população do local, ainda não iniciada. Conforme a PGM, o Demhab ainda está executando a primeira fase, iniciada em 20 de junho e sem data para terminar. Oitenta famílias foram transferidas até agora, e conforme o procurador-geral em exercício, Nelson Marisco, “a decisão demonstra que a Justiça está tentando resolver a questão consensualmente.”

A Fraport Brasil S.A. afirmou que apenas vai se manifestar após a audiência de agosto.

*Com informações da repórter Ananda Müller, da Rádio Guaíba


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