Lago do Parcão passa por processo que melhorará o fluxo e a qualidade da água

Lago do Parcão passa por processo que melhorará o fluxo e a qualidade da água

Adotantes do local fizeram investimento de R$ 80 mil

Christian Bueller

Cágados, patos e peixes vivem no local

publicidade

Ponto turístico de Porto Alegre, mas afetado pelas ações do homem e da natureza, o lago do Parque Moinhos de Vento passa, a partir desta segunda-feira, por um processo que melhorará o fluxo e a qualidade da água, atualmente lamacenta, onde vivem peixes, patos e cágados. Com um recurso de R$ 80 mil dos adotantes do parque – Melnick Even, Grupo Dimed (Panvel), Grupo Zaffari e Hospital Moinhos de Vento – será possível retirar o lodo e, ao mesmo, tempo, bombear a água de um trecho mais profundo do lago para a parte mais seca.

Os trabalho coordenados pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Smams) começaram ainda pela manhã. Sem interferir na vegetação, uma área próxima ao moinho, que está assoreada e impede o fluxo de água, será dragada. Para evitar impactos à fauna, o local em que ocorrerá a dragagem será isolado com redes finas. Paralelamente, uma bomba é instalada do lado oposto ao moinho, onde há mais água. Por meio de uma canalização subterrânea, este volume será bombeado para uma pequena cascata. Além de ampliar o fluxo de água na parte mais rasa, a bomba irá contribuir com a oxigenação do lago e reduzir os problemas ligados à eutrofização (proliferação de algas).

Conforme o responsável técnico da ação, o biólogo Walter Koch, a bomba submersa terá capacidade para dispersar cerca de 17 mil litros de água por hora e seu funcionamento foi planejado para não oferecer riscos à fauna e facilitar futuras manutenções. “Nenhum animal será removido”, garante o especialista em peixes. Como a parte mais funda do lago possui olhos d’água, a expectativa é que, após a dragagem de cerca de 200 m³ de lodo, a situação de circulação da água do lago melhore.

A coordenadora da Equipe de Fauna da Smams, Soraya Ribeiro, destaca que o abandono de animais nos parques urbanos é um sério problema enfrentado no local e responde pela quase totalidade dos animais que hoje vivem no lago. A soltura, afirma a bióloga, é atividade vedada pela Lei Federal de Crimes Ambientais 9605/98. Koch reitera. “Precisamos que todos tenham essa consciência que, ao invés de ajudar, estão atrapalhando o meio ambiente com o abandono”, completa. Juntamente com o lodo, é possível identificar sacolas, tampas e objetos plásticos no lago, provavelmente, deixados por visitantes. “Esse material não veio sozinho”, alerta o biológo.

Segundo o secretário das Smams, Germano Bremm, o trabalho deverá ser concluído até a primeira quinzena de março. A intervenção será realizada pela empresa Biota-Geom Gestão Ambiental, com acompanhamento permanente da Equipe de Fauna Silvestre, da Unidade de Educação Ambiental e da Coordenação de Áreas Verdes da Smams. Além do uso de cerquites nos locais em que ocorrerão a intervenção, o caminhão-pipa, que já vinha abastecendo o lago de forma emergencial, será utilizado para a manutenção do nível da água até a conclusão dos trabalhos.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895