Lei permite adoção de cavalos e cães que atuam no policiamento

Sancionada pelo Executivo na semana passada, a Lei Nanquim permite que, em vez de leiloados, cães e cavalos que atuaram no policiamento ou em outras atividades públicas podem ser adotados por entidades de proteção animal e pessoas físicas. Antes da lei, não havia regulamentação sobre a destinação dos equinos e caninos de posse do Estado. Detalhes da lei foram apresentados na manhã desta terça-feira, no Salão Alberto Pasqualini, no Palácio Piratini.

Líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado Gabriel Souza, diz que a Nanquim é uma homenagem ao cavalo que acompanhou por cinco anos a ex-policial militar Kelly Thimoteo, em atividades profissionais. “A preferência para adoção será dada aos policiais que trabalham com os animais, até porque eu como veterinário sei que eles criam laços com o tutor, então é melhor que eles sigam com eles”, disse. Para Souza, a partir da lei sancionada será feita a minuta com prazos e especificações.

O subcomandante da Brigada Militar, coronel Mário Ikeda, afirmou que ainda não há data de quando Nanquim será doado à ex-policial militar. Atualmente o Estado tem cerca de 600 equinos e em torno de 100 cães. “A regulamentação vem em boa hora. Os leilões feitos eram apenas para aqueles animais que estavam em condições de trabalho ainda. Agora, aqueles que estão inservíveis, não aptos ao trabalho, terão um fim digno”, opinou. Em média, um cão pode atuar até os 15 anos e o cavalo de 20 a 25, conforme função desempenhada.

Feliz com a Lei Nanquim, Kelly informou que já tem um canto preparado para receber o animal, que atualmente está no quartel da Brigada Militar em Passo Fundo. Ela, que deixou o policiamento para se tornar advogada, contou que prometeu ao cavalo que nunca o abandonaria. “Prometi que jamais desistira dele, que eu levaria ele para casa, que enquanto o meu coração e o dele batesse eu nunca desistiria dele. E assim se passaram os dias, meses, anos, mas eu nunca desisti e nunca deixei de acompanhá-lo.”

Para o governador José Ivo Sartori, a lei pode ser simples e singela, porém é apenas o início da caminhada. “Não ficará apenas para o agora, vai além. A regulamentação resgata um importante ponto, o descanso dos animais. Isso é muito importante, ainda mais para aqueles que tanto serviram a comunidade.”