Litoral Norte pede manutenção da Operação Golfinho para conter aglomerações

Litoral Norte pede manutenção da Operação Golfinho para conter aglomerações

Serviço está previsto para encerrar na próxima segunda-feira, mas região quer prorrogar até março deste ano

Christian Bueller

Serviço está previsto para encerrar na próxima segunda-feira, mas região quer prorrogar até março deste ano

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A disparada dos índices de contágio e hospitalizações com o Covid-19 preocupam os gestores públicos municipais do Litoral gaúcho. A Associação dos Municípios do Litoral Norte (Amlinorte) solicitou ao governador Eduardo Leite a manutenção da Operação Golfinho até o final de março, para manutenção das forças de segurança. Segundo a entidade, muitas pessoas se dirigirem para as praias em busca de afastamento por conta da bandeira preta do mapa de Distanciamento Controlado do governo do RS.

A Operação está prevista para encerrar na próxima segunda-feira, dia 28. A decisão surgiu durante reunião da Amlinorte, que prevê dificuldade dos municípios em conter as aglomerações sem o reforço das forças de segurança. O Litoral Norte segue com situação alarmante provocada pelo agravamento da pandemia. Segundo o boletim diário da 18° Coordenadoria Regional da Saúde (18° CRS), foram contabilizados 413 infectados em 24 horas e 166 internações hospitalares. Leite encaminhou a demanda para o vice-governador e secretário de Segurança Ranolfo Vieira Júnior, que vai negociar diretamente com os prefeitos.

A taxa de ocupação em UTIs adulto no Litoral Norte do RS apresentou leve queda  nesta quinta-feira, apesar de seguir alta. Dos 62 leitos disponíveis da Região Covid Capão da Canoa, 56 estão ocupados, o que representa 90,3%. Destes pacientes, 34 estão internados, com contaminação por coronavírus confirmada, e há sete casos suspeitos. A maior alta foi registrada na última segunda-feira, quando 98,4% dos leitos estavam preenchidos.

Duas instituições de saúde operam com 100% da capacidade, o Hospital Beneficente Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres, e Hospital São Vicente de Paulo, em Osório. Mas a situação mais preocupante é a do Hospital de Santo Antônio da Patrulha, que apresentou taxa de ocupação de leitos de UTIs de 137,5%. São 16 leitos disponíveis, mas há 22 pessoas internadas no setor. Uma paciente de Capão da Canoa, de 48 anos, morreu na madrugada da quarta-feira, aguardando um leito neste hospital. Ela esperava transferência para a UTI havia quatro dias.

O estabelecimento com mais leitos operacionais, o de Tramandaí, registrou 18 das suas 21 vagas ocupadas, uma taxa de 85,7%. O gerente administrativo da instituição, Luís Genaro Ladereche Fígoli, fez um apelo emocionado em usa redes sociais, nesta quinta-feira. “Peço, quase desesperadamente, que todos se cuidem. Não quero mais perder amigos e também não quero passar por isso, porque é muito ruim e desagradável”, desabafou em live, “não como diretor do hospital, mas uma pessoa engajada há muitos anos”.

Trabalhando na área da saúde há, pelo menos, usa décadas, Fígoli ressaltou a curva acentuada de contaminações que precisa ser freada para mudar o cenário. “Somente no litoral norte, em outubro de 2020, eram 2,5 mil pessoas infectadas. Em dezembro, pulou para 7 mil. E, nós, como agentes públicos, tomamos medidas muito precárias”, reiterou. Ao todo, o Litoral Norte possui 30.756 casos confirmados 535 mortes pela Covid-19.


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