Litoral Norte tem rajadas de vento de até 60 quilômetros por hora

Litoral Norte tem rajadas de vento de até 60 quilômetros por hora

Ciclones extratropicais trouxeram prejuízos para a atividade pesqueira

Gabriel Guedes

Em Tramandaí, o vento soprou com uma velocidade média na casa dos 30 km/h durante a maior parte do tempo

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O ciclone extratropical, que trouxe muita chuva à metade norte do Rio Grande do Sul nesta semana, já está bastante afastado da costa gaúcha. Entre o começo da noite de quarta-feira e a manhã desta quinta-feira, o vento ainda soprava intenso das direções oeste e sudoeste. 

Em Tramandaí, conforme dados da Estação Meteorológica da cidade, o vento soprou com uma velocidade média na casa dos 30 km/h durante a maior parte do tempo, mas houve rajadas de até 63 km/h, observados no final da noite da quarta-feira.

Por causa do vento que sopra da terra para o mar, a agitação marítima acabou não sendo observada na costa, mas de acordo com boletim do Centro de Hidrografia da Marinha, o oceano na costa entre Laguna (SC) e Chuí vai seguir com mar grosso e ondulações de sul, de 3 a 5 metros. Entretanto, ressaca nas mesmas proporções da semana anterior está descartada.

O pescador artesanal e secretário da Colônia dos Pescadores Z40, de Tramandaí, Leandro Miranda, acredita o mar suba um pouco na costa à medida que o vento oeste perde intensidade. “Por que a corrente de sul tem uma considerável força e o vento oeste também tem e por isso ele ‘represa’ o mar. Quando ele para, o mar avança. Então poderá subir um pouco, mas não chega como na última ressaca. Poderá ter um pouco ainda. Mas não chega nem ao que foi da última vez”, avalia.

Por outro lado, enquanto houver a manutenção do vento oeste, o que deve seguir pelo menos até esta sexta-feira, as atividades de pesca na Lagoa de Tramandaí acabam ficando inviabilizadas, de acordo com Miranda. “A agitação do vento dá uma condição não aconselhável para a navegação na lagoa e por isso os pescadores que dependem dela não podem exercer o ofício”, explica.

Os ciclones extratropicais, bastante comuns entre outono e primavera no sul do País, acarretam também em prejuízos para a atividade pesqueira, mesmo àquela que não depende de embarcações.

“As cordas podem arrebentar, apetrechos, danificar. Também há uma grande erosão das dunas, com muitas raízes indo para o mar e engalhando nas redes por uns dez dias. Também pode acontecer de correr as âncoras onde ficam amarradas as redes”, detalha o pescador, que trabalha com a técnica de pesca por cabo. “No ciclone e ressaca da outra semana, as avarias para pesca artesanal foram grandes”, conclui Miranda.


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