Mãe de Eliza comemora condenação de Bruno por mulheres

Mãe de Eliza comemora condenação de Bruno por mulheres

Sônia Fátima Moura considera pena "pequena", mas fica satisfeita com coincidência

AE

Sentença foi lida na madrugada desta sexta-feira, em Contagem (MG)

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A mãe de Eliza Samudio, Sônia Fátima Moura, desabafou ao saber da condenação do ex-goleiro Bruno Fernandes pelo assassinato e ocultação do cadáver de sua filha: "É uma curiosa reviravolta. Depois de tudo que fez com as mulheres, terminar assim, na mão de mulheres". Após julgamento encerrado na madrugada desta sexta-feira em Contagem, em Belo Horizonte, o ex-goleiro ouviu a sentença, de 22 anos e três meses, da juíza Marixa Fabiane Rodrigues.

"Ele foi investigado por delegadas, julgado com uma mulher na acusação, com cinco mulheres para decidir sua sentença e uma mulher para decidir a pena", observou Sônia, hoje dona da guarda da criança que a filha teve com o goleiro. Ela se referia às delegadas Ana Maria Santos e Alessandra Wilke, que investigaram o caso, à advogada Maria Lúcia Borges Gomes, às cinco juradas que ao lado de dois homens compuseram o júri do julgamento do atleta e à magistrada.

"E isso no Dia Internacional da Mulher", arrematou Sônia, mas sem comemorar diante da pena que considerou "pequena". Apesar da pena de mais de 22 anos, Bruno já está preso há dois anos e nove meses e tem direito a cerca de um ano de remissão de pena por casa dos trabalhos de faxina e lavanderia que já exerceu na Penitenciária Nelson Hungria, também em Contagem.

Com os benefícios previstos em lei, o goleiro terá que cumprir, na prática, pouco mais de outros três anos para ter direito de pedir a progressão de regime e pode deixar o presídio em 2017. "Eu esperava mais", declarou Sônia ao saber da sentença, ainda mais frustrada com a notícia de que a ex-mulher do jogador, Dayanne Rodrigues do Carmo, foi absolvida da acusação de sequestro e cárcere privado do bebê de Eliza.

Enquanto a absolvição de Dayanne é comemorada pelo advogado Tiago Lenoir, a representante de Sônia no processo já estuda a melhor forma de tentar mudar a decisão. "Com certeza vamos recorrer", salientou Maria Lúcia Borges, contratada pela mãe de Eliza para participar da acusação e que discordou também da pena aplicada a Bruno. Neste último caso, pretende manter a parceria com o Ministério Público Estadual (MPE), já que Henry Vasconcelos também afirmou que tentará aumentar a pena junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), enquanto o advogado de Bruno, Lúcio Adolfo da Silva, adiantou que tentará anular o julgamento.


Após quatro dias de julgamento, juíza considerou goleiro "mandante de uma trama diabólica"  | Foto: Samuel Costas / Jornal Hoje em Dia / CP

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