Mãe e filho são acolhidos por voluntária para café da manhã

Mãe e filho são acolhidos por voluntária para café da manhã

Olívia foi até a casa moradora da zona Norte que se sensibilizou com a história

Cláudio Isaías

História da carioca de 42 anos comoveu a cidade

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Na companhia do filho de quatro anos, a carioca Olívia conseguiu nesta segunda saborear um café da manhã com um pouco de tranquilidade. Ela passou a manhã na residência de uma mulher, que pediu para não ser identificada, no bairro Rubem Berta, na zona Norte Porto Alegre. A voluntária se prontificou a ajudar a mãe de que está sem casa e sem emprego e que na semana passada buscou a ajuda do Conselho Tutelar, no bairro Rio Branco, para resolver o problema.

Ela queria que a instituição conseguisse uma creche para o seu filho enquanto procurava um trabalho. No começo da tarde de segunda-feira, foi com a amiga que a acolheu para uma reunião com integrantes do Conselho Tutelar da Microrregião Centro - CT8, na rua Jerônimo de Ornelas, no bairro Santana. Os conselheiros iriam apresentar os lugares que ela vai morar em Porto Alegre junto com o seu filho.

Ela agradeceu ao povo gaúcho pela rede de solidariedade. "Vocês foram importantes neste momento difícil. Queria agradecer muito ao Correio do Povo pela campanha, mas ainda estou sem moradia, emprego e sem creche para o meu filho", ressaltou a carioca, que deixou seus itens pessoais na casa da voluntária que conheceu através da rede de solidariedade que se formou na Capital.

Olivia disse que atuou durante muito tempo como vendedora e comerciante. Depois do término do seu casamento, começou a vender salgados durante três anos no Rio de Janeiro. A iniciativa não deu muito certo e ela resolveu seguir o conselho de umas amigas e se mudou para Santa Catarina, para tentar a sorte . "Deu tudo errado porque vendi tudo que tinha. Em Florianópolis, também não consegui emprego nem creche para o meu filho. Além disso, o dinheiro que eu guardei acabou e agora estou nessa situação" explicou. 

Sem conseguir sucesso no estado vizinho, decidiu se mudar para o Rio Grande do Sul. Um mês atrás, a mulher chegou à Capital e recomeçou mais uma vez a peregrinação em busca de uma creche, emprego e moradia. Ela chegou a cogitar viver em uma ocupação na Cidade Baixa, mas as condições do local lhe pareceram inadequadas para abrigar ela e o menino. 

A situação chegou ao limite na quinta-feira passada, e a única saída que a carioca conseguiu encontrar foi ir até o plantão do Conselho Tutelar procurar ajuda. Ao recordar que buscou o filho em um abrigo de Porto Alegre, começou a chorar. "Ele estava bem tratado e até utilizaram um shampoo de bebê. Ele tava cheiroso".

Sobre o caso, a Prefeitura de Porto Alegre esclarece:

A conselheira de Plantão do Conselho Tutelar, ao receber a mãe na quinta-feira à noite, ofertou o Abrigo Casa Lilás e o Albergue, locais que ela e o filho poderiam permanecer juntos. Porém, a mulher não aceitou e assinou documento solicitando o acolhimento do filho com a justificativa de que quando conseguisse trabalho, retornaria para pegá-lo.

Assim, por decisão da mãe, o CT solicitou à FASC acolhimento emergencial. A equipe do abrigo acompanhou a situação familiar e a criança pernoitou somente uma noite no abrigo. O abrigo ofereceu todo suporte necessário, nesse primeiro momento, com o objetivo de proteger a criança e a mãe e resolver a situação.

No dia 16 de agosto, o Conselho Tutelar desligou a criança do acolhimento e entregou aos cuidados da mãe. A equipe do CRAS Centro tem acompanhado o caso e encaminhou a família para o Serviço de Atendimento Familiar.


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