Gerente de vendas, Geandro Kleber de Vargas Guedes, disse, na tarde desta quarta-feira, que a conduta dos réus Mauro Hoffman e Elissandro Spohr na gestão de casas noturnas era muito boa. "Posso dizer e comprovar que o Mauro, como pessoa jurídica e empresa geradora de emprego, tudo que ele acordava conosco, sempre foi muito correto. Sempre tivemos ele como um grande parceiro e um grande empresário", afirmou na sessão do Foro Central de Porto Alegre. Guedes trabalhava fornecendo bebidas para a Kiss.
Ele disse ter tido uma relação de menos tempo com Spohr, mas destacou que o sócio da boate na época também tinha aptidão para o ramo da noite. "Os dois têm capacidade de gestão. Acredito que prova de tudo é que a casa era o que ela era", afirmou. Guedes disse que nunca foi na Kiss durante as festas, nem assistiu a alguma apresentação da banda Gurizada Fandangueira. Também declarou nunca ter tido conhecimento que o grupo musical fazia performances com artifícios pirotécnicos.
O advogado Mario Cipriani, defensor de Hoffmann, centrou as perguntas no relacionamento do réu e como eram feitas as vendas para a casa noturna de Hoffmann, a Absinto. A defesa também mostrou fotos e perguntou se o gerente de vendas reconhecia os locais. "Não tenho muita certeza, mas creio que uma das fotos foi feita no estacionamento do Carrefour", disse.
A defesa de Mauro Hoffmann também mostrou outras fotos e perguntou se um deles era a entrada da casa noturna Absinto. Guedes disse que não tinha condições de reconhecer. A promotora Lúcia Helena Callegari questionou se o depoente assistiu algum show na Boate Kiss e Guedes disse que não. Ele salientou que apenas vendia uma marca de energético para a boate. Logo após, a testemunha foi dispensada.
Guedes foi o segundo a prestar depoimento hoje. Mais cedo, o atual secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos de Porto Alegre e ex-prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, afirmou no plenário que a gestão municipal da região central do Estado não teve responsabilidades sobre a tragédia na boate Kiss em 2013. Em protesto ao depoimento do ex-prefeito de Santa Maria, familiares das vítimas e sobreviventes da tragédia da Boate Kiss deixaram a sessão.
Correio do Povo