Medidas de isolamento causam redução de 22% nas emissões de gases em Porto Alegre

Medidas de isolamento causam redução de 22% nas emissões de gases em Porto Alegre

Região que teve o maior impacto foi o bairro Restinga, no extremo Sul da capital gaúcha

Eduardo Amaral

As medidas de isolamento adotadas em razão do novo coronavírus trouxeram um impacto direto no ar da capital gaúcha

publicidade

As medidas de isolamento adotadas em razão do novo coronavírus trouxeram um impacto direto no ar de Porto Alegre. Nos medidores de ar instalados pelo Pacto Alegre em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) foi detectada uma redução de 22% nas emissões de gases entre os meses de fevereiro e março. 

De acordo com o coordenador do Pacto Alegre e diretor da Escola de Engenharia da Ufrgs, Luiz Carlos Pinto, a região que teve o maior impacto foi o bairro Restinga, no extremo Sul da Capital. Ele vincula a melhoria do ar diretamente a redução da atividade econômica. 

De acordo com ele, a melhoria do ar pode impactar diretamente na redução de atendimentos na área da saúde, não apenas em casos ligados ao novo coronavírus. “É importante saber. Existem alguns estudos que associam direto a redução de doenças respiratórias.”

Menos carros na cidade 

Os índices menores de gases na atmosfera estão ligados, de acordo com Pinto, diretamente ao menor número de veículos circulando na cidade. “Os carros impactam bastante. Se a gente tivesse atividades industriais poderia ser impactante, mas no nosso caso é muito mais pelos veículos.” 

Ele chama atenção que a queda nos gases lançados aconteceu entre um mês tradicionalmente com pouco movimento. “Fevereiro já tem menos carros na cidade porque muita gente está na praia”, disse ele.

Atualmente, Porto Alegre tem cinco pontos com sensores de monitoramento do ar espalhados por diferentes regiões da cidade. A proposta e era de chegar a 50 até o fim deste ano. Porém, em razão da paralisia na economia, Pinto admite que essa ampliação deve levar mais tempo.

Sem mudança no Dilúvio

O ar mais limpo não representou uma cidade mais limpa no todo, já que a produção de lixo segue bastante semelhante. Na barreira ecológica posicionada no Arroio Dilúvio foram recolhidos 195 sacos de lixo, até esta quarta-feira, registrando um total de aproximadamente 423 quilos. 

O número é bastante próximo do registrado ao mesmo período de março. Até o dia 20 do mês anterior, foram recolhidos 120 sacos de lixo no local, o que equivale a aproximadamente 468 quilos.

O que mais influencia no lixo recolhido na barreira são as chuvas, que trazem consigo a carga de lixo acumulado em outros pontos do Dilúvio. Enquanto em dias de sol são recolhidos cerca seis sacos, nos dias de chuva intensa é possível retirar até 30 sacos de resíduos do local.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895