Mesmo com restrições, comércio ambulante ocupa as ruas de Porto Alegre

Mesmo com restrições, comércio ambulante ocupa as ruas de Porto Alegre

Secretário municipal de Desenvolvimento Econômico afirmou que fiscalização está atuando nas ruas da Capital

Cláudio Isaías

Ambulantes seguem com o comércio no Centro de Porto Alegre

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Nem as medidas restritivas adotadas pela prefeitura de Porto Alegre em decorrência da Covid-19, foi suficiente para impedir a presença de vendedores ambulantes nas ruas de Porto Alegre, principalmente no Centro Histórico.

Mesmo com operações diárias da fiscalização da prefeitura, que atua em conjunto com a Guarda Municipal e a Brigada Militar, os camelôs seguem desrespeitando a lei que impede aglomerações na cidade. Ainda que o comércio esteja fechado, principalmente as grandes lojas, os ambulantes se instalam na rua dos Andradas, no trecho compreendido entre as ruas General Câmara até quase a Marechal Floriano Peixoto.

Outro ponto utilizado pelos camelôs fica na avenida Borges de Medeiros, a partir da esquina da rua da Praia até quase a rua José Montaury. Muitos deles utilizam a máscara de maneira incorreta no momento de anunciar os produtos como eletroeletrônicos, óculos e itens de informática.      

Na rua dos Andradas, os ambulantes insistem em desrespeitar as regras de distanciamento social. Eles começam a chegar no Centro Histórico depois das 9h e gostam de se concentrar na frente das lojas Americanas. Eles colocam seus produtos expostos na frente dos estabelecimentos comerciais.

Na rua dos Andradas, mesmo com a fiscalização da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico que tem o objetivo de evitar aglomerações, os ambulantes marcam presença com a exposição dos seus produtos. Quando percebem a presença dos fiscais, os ambulantes tratam de recolher rapidamente as mercadorias. Uma parte do ambulantes, a sua maioria estrangeiros, prefere se concentrar na avenida Borges de Medeiros em frente a loja Gaston.  

A rua Voluntários da Pátria é um dos locais que chama a atenção pela aglomeração de pessoas, principalmente entre a Praça Parobé, ao lado Mercado Público, até a rua Doutor Flores. Neste trecho, os vendedores ambulantes dominam a via oferecendo todo o tipo de produtos. Quase todos sem máscara. Mesma situação ocorre no Largo Glênio Peres, onde camelôs vendem frutas e verduras, sem a utilização de máscara. Um outro local utilizado pelos ambulantes para a comercialização de frutas e verduras é a avenida Salgado Filho, na esquina entre as ruas Marechal Floriano Peixoto e Vigário José Inácio. 

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico (Smde), Leonardo Hoff, informou que a prefeitura tem realizado operações diárias (manhã e tarde) para coibir o comércio ilegal e evitar aglomerações. "Realizamos nos últimos 30 dias apreensões recordes de produtos. Foram 11 mil itens (vestuários, óculos falsos e produtos eletrônicos) apreendidos pela fiscalização", ressaltou.

Segundo Hoff, são 130 agentes, com apoio da Guarda Municipal e da Brigada Militar, que atuam nas ruas do Centro Histórico e também em outras vias como Assis Brasil e Azenha. "Os ambulantes apostam que vamos passar apenas uma vez pelo Centro e acabam por retornar após a nossa saída. Eles estão sendo surpreendidos pela fiscalização porque estamos voltando e apreendendo os produtos" , acrescentou. O secretário informou ainda que já foram apreendidas mais de três toneladas de frutas e verduras pela fiscalização nos últimos dias. "Sabemos que a situação é delicada em função da pandemia, mas vamos seguir intensificando o nosso trabalho de fiscalização", ressaltou.  

No período da pandemia, o aumento crescente de produtos falsificados comercializados informalmente aumentou em torno de 30%, estima o presidente do Sindióptica/RS, André Roncatto. Muito em razão dos estabelecimentos comerciais não poderem abrir suas portas bem como o estímulo pela compra no ambiente virtual (internet). A paralisação das atividades comerciais oportunizou que os produtos clandestinos assumissem uma nova frente. "Em decorrência da estagnação econômica e das lojas fechadas, essas variantes acabaram por oportunizar a venda tanto pela internet de produtos sem procedência quanto a venda pela informalidade de forma bastante significativa", explicou.

Dados registrados da pandemia, ainda em 2020, sinalizavam que somente no primeiro trimestre, mais de 12 mil produtos, entre lentes, armações e óculos de grau e de sol foram apreendidos em Porto Alegre e Litoral Norte em ações simultâneas com a Polícia Civil, Ministério Público, com a colaboração do Sindióptica/RS. No mesmo período, dados da fiscalização da Smde apontavam o crescimento no número de itens apreendidos na região central de Porto Alegre. Foram confiscados aproximadamente 18 mil produtos, entre eletrônicos, roupas, óculos, brinquedos, celulares e frutas, entre outros, o que representa aumento de 12% em relação a janeiro de 2019.

Nas últimas duas semanas, voltaram a intensificar novas apreensões de produtos na Capital pela secretaria. Roncatto alerta sobre o delito e a prática ilegal, que no caso de vendas de óculos falsificados, atenta contra a saúde pública. "No caso de óculos sem procedência causam sérios danos à visão, com efeitos cumulativos e irreversíveis aos olhos, levando inclusive a cegueira. Sem contar os prejuízos fiscais que retardam o crescimento da economia em tempos de pandemia", destacou.


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