Mesmo em processo de extinção, EGR poderá atuar como agente de fiscalização, afirma diretor

Mesmo em processo de extinção, EGR poderá atuar como agente de fiscalização, afirma diretor

Os “Desafios da EGR e o futuro das rodovias gaúchas” foi o tema da 17ª edição da Lide Live promovido nesta quarta-feira pelo Grupo de Líderes Empresariais

Sidney de Jesus

De acordo com Marcelo Gazen, o processo de concessão da EGR à iniciativa privada é considerado normal

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“A EGR está num processo de extinção devido a possível concessão das rodovias que administra à iniciativa privada. No entanto, por ser uma empresa que detém conhecimento técnico das estradas, entendo que poderá atuar como uma agência de fiscalização do poder concedente com a expertise dos profissionais que integram atualmente a estatal”, afirmou o diretor presidente da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), Marcelo Gazen, ao falar sobre os “Desafios da EGR e o futuro das rodovias gaúchas”, tema da 17ª edição da Lide Live, que teve como mediador o presidente do Lide RS, Eduardo Fernandez e foi transmitida de forma virtual nessa quarta-feira pelo Grupo de Líderes Empresariais.  

De acordo com Marcelo Gazen, o processo de concessão da EGR à iniciativa privada é considerado normal, em razão de o governo do RS ter poucos recursos  para a realização de investimentos no modal rodoviário, que é a base do transporte do Estado. “Precisamos de investimentos pujantes para atender às necessidades das nossas rodovias. A concessão é importante, pois o governo não tem capacidade de fazer a manutenção da malha rodoviária”, ressaltou o diretor da EGR. 

Ele destacou que o processo de transição passa pelo programa estadual de concessões rodoviárias, que teve início no final do ano passado, com o leilão da concessão da RSC-287, que corta o Estado de leste a oeste da Grande Porto Alegre até a região Central.

“Teremos uma audiência pública onde o governo do Estado fará a apresentação de uma modelagem desenvolvida pelo BNDES para a concessão de mais três lotes de 1.151 quilômetros. Nossa previsão é que, se a licitação desses lotes acontecer até o final do programa, em dezembro, e der resultado positivo, a EGR perderá o seu ativo de 908 quilômetros de rodovias estaduais e se encaminhará para extinção de fato”, afirmou Marcelo Gazen. 

Segundo ainda o diretor da EGR Marcelo Gazen, os 908 quilômetros da estatal são divididos, atualmente, em 14 praças de pedágio em 16 rodovias estaduais. “Hoje, cerca de 37 milhões de veículos passam anualmente em nossas rodovias em 64 municípios”, destacou do diretor, lembrando que o faturamento da estatal gira em torno de R$ 250  milhões por ano.

Conforme Gazen, o desafio de sua gestão nesse momento de transição é executar um planejamento de curto a médio prazo para a garantir a execução dos serviços contratados. “Independente do que aconteça, a cada dia estamos melhorando a gestão de contratos e fazendo melhorias com a implementação de novas tecnologias para dar fluidez ao trânsito”, enfatizou. 

 Ainda durante a 17ª edição da Lide Live, Marcelo Gazen lembrou que na década de 90 o modelo de concessões adotado pelo RS trouxe pontos positivos e negativos. “Nos anos 90 nasceu o grande plano de desestatização. Foi o grande boom das privatizações. O Estado optou por um modelo de curto prazo, com contratos de 15 anos, enquanto que os demais eram de 25 a 30 anos”, afirmou Gazen, lembrando que a EGR nasceu em 2013, durante o governo Tarso Genro, num contexto de desencaixe de vontades políticas. 

 


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