Ministro afirma ser alvo de ação do MPF por "contrariar grandes interesses" no caso Hemobrás

Ministro afirma ser alvo de ação do MPF por "contrariar grandes interesses" no caso Hemobrás

Ricardo Barros argumentou que procuradoria tenta "consolidar vantagens" à empresa privada de Pernambuco

Agência Brasil

Ricardo Barros argumentou que procuradoria tenta "consolidar vantagens" a empresa privada de Pernambuco

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Após tomar conhecimento da ação civil pública em que o Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF/PE) pede seu afastamento cautelar, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou nesta segunda-feira que é alvo da medida porque contraria grandes interesses. “O MPF tem atuado de forma intensa, e o TCU (Tribunal de Contas da União) também, tentando consolidar vantagens à empresa Shire. Nós não faremos isso”, afirmou Barros.

A ação foi ajuizada em Pernambuco pela procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes, que acusa o ministro de atuar para “esvaziar” a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) de suas atribuições institucionais. Criada em 2004, a estatal é vinculada ao Ministério da Saúde e é responsável pela produção de medicamentos hemoderivados.

Segundo a procuradora, Barros trabalha para transferir as instalações da empresa de Pernambuco para seu reduto eleitoral, o Paraná. A fábrica da Hemobrás, localizada no município de Goiana (PE), funciona apenas de forma parcial. A obra, iniciada em 2010, ainda não foi concluída.

Na ação civil pública, a procuradora pede a manutenção do acordo firmado com a empresa Shire Farmacêutica Brasil, antes denominada de Baxter/Baxalta. Em 2012, a estatal se comprometeu a adquirir da empresa o Concentrado de Fator de Coagulação Fator VIII Recombinante e pó liófilo injetável, usados no tratamento de algumas doenças hereditárias como a hemofilia tipo A.

Segundo Barros, há uma negociação em curso com o fabricante dos medicamentos para manutenção do acordo de compra. “A Shire começou oferecendo R$ 30 milhões em investimentos na Hemobrás. Atualmente está oferecendo R$ 300 milhões. Ainda assim não termina a fábrica de fracionamento lá (em Pernambuco). Nós vamos apertar a negociação e conseguir concluir todo o sistema de sangue da Hemobrás. É preciso paciência e tranquilidade para que possamos tomar do investidor privado os recursos necessários e para que não fique lá uma parte da fábrica inacabada como é a atual proposta”.

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