Monumento dos poetas na Praça da Alfândega ganhará novo livro

Monumento dos poetas na Praça da Alfândega ganhará novo livro

Peça que faz parte da obra que retrata o encontro entre Carlos Drummond de Andrade e Mario Quintana foi furtada há 7 anos

Felipe Faleiro

Peça que faz parte da obra que retrata o encontro entre Carlos Drummond de Andrade e Mario Quintana foi furtada há 7 anos

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O livro de bronze do Monumento à Literatura Brasileira será recolocado no mesmo local do original. De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura (SMC), a peça está em produção no ateliê do escultor Mario Cladera, junto à Casa de Cultura Plauto Cruz, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, que trabalha com o material. Quando estiver pronta, no final de dois meses, ele deverá ornar novamente a estátua que representa o encontro entre os escritores Carlos Drummond de Andrade e Mario Quintana, situada na Praça da Alfândega, no Centro Histórico da Capital.  
 
A reconstrução da peça, de três quilos, tem a anuência de Eloisa Tregnago, também escultora e coautora do monumento, junto com Xico Stockinger. O livro foi instalado junto com a escultura representando os dois artistas no ano de 2001, a partir de uma encomenda da Câmara Riograndense do Livro, mas, dado o valor de seu material, sempre foi bastante visado por criminosos e vândalos. Em outubro de 2007, ele foi furtado de seu local original, porém foi encontrado e devolvido ao monumento. 

Novamente, em março de 2015, o livro foi dado como desaparecido, como resultado de um furto. Desde então, a peça não reapareceu. No ato de vandalismo mais recente à estátua, no último dia 20 de julho, tinta amarelada à base de água foi jogada nela, escorrendo pela representação dos corpos dos dois poetas. Horas depois, ainda no período da manhã, ela foi limpa por agentes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU).   

A Guarda Municipal, que desconhecia a situação, afirmou na ocasião que reforçaria o policiamento na área da Praça da Alfândega. “É demorado trabalhar em um material como o bronze. Tem que fazer a forma, depois a queima, depois a pátina, soldar, unificar”, explica o coordenador de Artes Visuais da SMC, Paulo Amaral. De acordo com ele, a restauração do livro em si está sendo financiada pela iniciativa privada.  
 
Paulo confirmou que recebeu o contato de um patrocinador, interessado em bancar a obra, mas que pediu sigilo. “A peça está começando a ser produzida agora. Esperamos que esteja no local mais ou menos até 30 de setembro, ainda antes da Feira do Livro”, comenta ele. Caso o prazo seja cumprido, haverá tempo de sobra para a apreciação, já que a 68ª edição da feira acontece na Praça da Alfândega entre os dias 28 de outubro e 15 de novembro.

Foto: Mauro Schaefer


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