Moradores das Ilhas aproveitam dia de sol para verificar moradias alagadas

Moradores das Ilhas aproveitam dia de sol para verificar moradias alagadas

Dia foi de calcular os prejuízos com a enchente

Cláudio Isaías

Ilhas seguem alagadas

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Os moradores das ilhas, que permanecem com as ruas alagadas, aproveitaram a segunda-feira de sol para verificar a situação das moradias atingidas pela elevação das águas. A inspeção começou cedo com diversas pessoas indo até às residências nas ilhas da Pintada, Grande dos Marinheiros, Pavão e das Flores. Nas ruas Nossa Senhora Aparecida e João Inácio da Silveira, na Ilha Grande dos Marinheiros, o dia foi de calcular os prejuízos com os alagamentos.

A recicladora Teresa Martins Meyer saiu de casa com água pelos joelhos. "Vamos esperar que a água baixe para realizar a limpeza e fazer um levantamento das perdas", ressaltou. Moradora há mais de 30 anos da rua Nossa Senhora Aparecida, ela disse que ficou surpreendida com moradores circulando com água pela cintura. Para conseguir sair da residência, Sheila Sampaio tirou os sapatos e decidiu caminhar cerca de um quilômetro com água pela cintura. Já a aposentada Marília Fernandes disse esperar que os próximos dias sejam mais calmos, ou seja, sem a ocorrência de chuvas para que os moradores possam limpar suas casas.

Na rua João Inácio da Silveira, a dona de casa Isabel Prates, que mora com mais quatro pessoas, disse que não é fácil perder os móveis que foram conquistados com tanta dificuldade. "Como a água subiu muito rápido, a gente conseguiu levantar a geladeira, fogão e máquina de lavar. Infelizmente, perdemos o sofá e parte da cozinha", lamentou. O vigilante Marcelo Siqueira disse que pensa em se mudar da Ilha Grande dos Marinheiros. "Todo o ano a gente amarga um prejuízo com a elevação das águas. Os nossos móveis foram obtidos com muita batalha e a gente fica muito triste com essa situação", acrescentou.

Na manhã desta segunda, um grupo de moradores das ruas João Inácio da Silveira, Nossa Senhora Aparecida e Santa Rita de Cássia, na Ilha Grande dos Marinheiros, ficou mais de duas horas na frente do posto de saúde onde pediam doações de alimentos, kits de higiene e limpeza, fraldas para crianças e fraldas geriátricas.

A tendência, segundo a Defesa Civil de Porto Alegre, é que as águas sigam baixando, tanto no Guaíba quanto no Delta do Jacuí. No entanto, segue mantido o alerta em função das altas vazões de água recebidas dos rios Jacuí, Taquari, Pardo, Caí, Sinos e Gravataí. Se as águas continuarem baixando, os técnicos da Defesa Civil acreditam que até o meio desta semana as seis famílias - um total de 15 pessoas (adultos e crianças) da Ilha Grande dos Marinheiros que estão abrigadas na Escola Alvarenga Peixoto poderão voltar para casa. Na madrugada, não houve nenhum chamado solicitando remoção das quatro ilhas, segundo a Defesa Civil de Porto Alegre.


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