Moradores das ilhas seguem dependendo de doações

Moradores das ilhas seguem dependendo de doações

Obrigadas a sair de casa por causa da enchente, parte das pessoas não quis ir para abrigos

Karina Reif

Duas filas se formavam na Colônia de Pescadores Z5, que distribuía mantimentos aos atingidos

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Subindo lentamente, o Guaíba atingiu 2,66 metros na manhã desta sexta-feira. Mesmo assim, os moradores das ilhas, em Porto Alegre, seguem dependendo de doações. Duas filas se formavam na Colônia de Pescadores Z5, que distribuía mantimentos aos atingidos. Com a mulher grávida de oito meses, o peixeiro Sérgio Tavares, 44 anos, planejava montar uma barraca em região seca para se abrigar com a família. Ele e outros vizinhos da Ilha da Pintada estão no prédio do antigo posto de saúde, porque as casas estão inundadas. “A água está pela cintura”, disse Maria Caroline Drower, 18 anos, que também está esperando um bebê.

“Minha mãe vive há 60 anos aqui e nunca viu uma enchente assim”, disse a pescadora Bibiana de Souza, 34. A rua Nossa Senhora da Boa Viagem, na beira do Guaíba, está coberta de água e os moradores continuam se deslocando com barcos e canoas pelas vias. Alguns se arriscam a andar descalços pelas regiões inundadas.

Na Ilha Grande dos Marinheiros e na Ilha das Flores a situação não é diferente. Obrigados a sair de casa, parte dos moradores não quis ir para abrigos. Uma das justificativas é a possibilidade de furtos às residências. Acampamentos são vistos nas margens da BR 290.


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