Moradores de rua ganham almoço e cuidados com a saúde em ação conjunta

Moradores de rua ganham almoço e cuidados com a saúde em ação conjunta

ONG Prato Feito serviu mais de 800 refeições e Prefeitura prestou serviços de orientação e teste de doenças

Correio do Povo

Moradores de rua ganham almoço e cuidados com a saúde em ação conjunta

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A população em situação de rua teve uma manhã diferente no sábado em Porto Alegre. Além do tradicional almoço promovido pelos voluntários da organização não-governamental Prato Feito, os moradores de rua podiam fazer os testes de detecção de doenças sexualmente transmissíveis e recebiam orientações e dicas de prevenção, além de ganharem kits de higiene bucal, das equipes da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). A ação ocorreu sob o viaduto Imperatriz Dona Leopoldina, na avenida Loureiro da Silva.

A Assessora da Coordenadoria Geral de Atenção Primária da SMS, Letícia Quarti, destacou que a testagem de HIV, sífilis e hepatite C tinha resultado imediato, sendo os possíveis casos positivos seriam tratados por uma equipe de aconselhamento no local que prestaria as devidas orientações visando o encaminhamento da pessoa à unidade de saúde responsável pelo tratamento adequado.



A questão da prevenção também era tratada junto. De acordo com Letícia Quarti, as equipes realizaram também a escovação assistida junto com a entrega dos kits de higiene bucal e orientações de saúde, dentro de um parceria com a Associação Brasileira de Odontologia.

Os agentes comunitários da SMS também providenciaram o cadastramento para as carteirinhas do SUS. A voluntária do Prato Feito, Karen Garcia de Farias, observou que os moradores de rua “não tem noção e conhecimento adequado do uso do SUS”. Segundo ela, muitos não sabem que podem ter acesso a qualquer posto de saúde na cidade. “Eles não procuram e acreditam que não têm direito”, informou.

Constatando que a população de rua cresceu em torno de 75% nos últimos cinco anos na Capital, ela disse que o almoço é servido há um ano e meio sempre nas manhãs de sábado sob o viaduto. “Começamos com 50 refeições e hoje distribuímos cerca de 800. Temos tido uma procura muito grande”, avaliou, relatando que aparecem até pessoas com baixa renda e não apenas moradores de rua.

“Temos hoje um grande grupo de pessoas idosas que vive em situação de vulnerabilidade social muito grande e não necessariamente que vive nas ruas”, acrescentou. Karen Garcia de Farias afirmou que ocorrem casos em que uma única pessoa muitas vezes consome mais de uma refeição, talvez a única ao longo do dia. Além das cerca de 800 refeições, os voluntários servem em torno de 200 litros de sucos. “Queremos fazer o bem sem olhar a quem”, sintetizou.

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