Morre o jornalista Jayme Copstein

Morre o jornalista Jayme Copstein

Profissional fez 89 anos no último fim de semana e estava internado tratando de um câncer de pulmão

Correio do Povo

Jayme Copstein fez 89 anos no último final de semana

publicidade

Morreu nesta sexta-feira o jornalista Jayme Copstein, que passou pelos principais veículos de comunicação de Porto Alegre. Odontólogo formado, ele fez 89 anos no último fim de semana e estava internado no Pavilhão Pereira Filho do Complexo Hospitalar Santa Casa, onde tratava um câncer de pulmão, provocado pelo tabagismo e insuficiência respiratória.

Copstein iniciou a atividade em jornal e rádio em 1943 e, em março de 1968, foi contratado como freelance no Correio do Povo. Um mês depois, foi contratado em definitivo e trabalhou até junho de 1984. Além de repórter, foi editor e assessor da direção. No jornal, foi colega do jornalista Tito Tajes e do poeta Mario Quintana. Idealizou cadernos especiais, com capas coloridas, um marco para a época. Também foi promovido a editor do clássico caderno “Letras e Livros”.

“Acho que nasci jornalista, não sei fazer outra coisa”, comentou Copstein em entrevista recente ao Correio do Povo. Na infância em Rio Grande, na Região Sul do Estado, com aproximadamente oito anos, o jornalista ouviu um tio lendo nas páginas do Correio do Povo para sua mãe a notícia sobre um incêndio. “Foi aí que eu decidi: é isso que eu quero fazer pelo resto da minha vida”, lembrou.

Ao vencer um concurso de redação, quando ainda estava no Ginásio (hoje Ensino Médio), e ter o texto publicado em um jornal local, acabou contratado pela Gazeta da Tarde e, aos 15 anos, recebeu seu primeiro salário, de aproximadamente 300 mil réis. “Naquela época não precisava ter diploma, era só escrever bem”, justificou

Em 1945, aos 17 anos, fixou residência em Porto Alegre e passou a trabalhar na Rádio Farroupilha, onde ficou até 1949, quando voltou para Rio Grande. “Por pressão familiar fui estudar Odontologia e voltei para casa”, revelou.

Chegou a abrir um consultório odontológico, mas nunca foi ligado à profissão. Cerca de um ano depois, em 1950, viu o nascimento da Rádio Minuano, em Rio Grande, da qual foi o primeiro diretor artístico. Durante 10 anos se dividiu em Rio Grande entre a paixão pelas rádios, incluindo a Rádio Cultura Riograndina, na qual fazia radioteatro e o consultório odontológico, que “não cuidava tão bem assim”.

Em 1959, retornou à capital gaúcha e à Rádio Farroupilha, onde ficou até o início de 1968, quando foi contratado pelo Correio do Povo. Após sair do jornal, trabalhou por quase 22 anos no grupo RBS. Na sequência, assumiu como colunista do jornal O Sul e apresentador do programa 'Paredão', da Rádio Pampa. Copstein trabalhou ainda na Band AM, jornal do Comércio, sete anos no Diário de Notícias e foi colunista do site Coletiva.net. Recentemente, tinha um blog, onde publicou o último post em 28 de setembro de 2016.

Jayme Copstein ganhou diversos prêmios, entre eles a medalha de Prata (2º lugar) no Festival Internacional do Rádio de Nova York, em 1995. Além disso, publicou diversos livros, entre eles: “Notas Curiosas da Espécie Humana”, “Ópera dos Vivos”, “Mar de dentro – A vida de Antônio Joaquim Dias” e “A mosca e o elefante”.

Copstein, que era viúvo desde 2005, deixa as filhas Léa, Lucy e Leslie, e as netas Berenice, Bruna, Joyce, Lídice e Alicia e o bisneto Lucas. O enterro ocorre no domingo, no Cemitério Centro Israelita. O horário ainda não foi divulgado.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895