Morte de agricultores em Faxinalzinho são fruto de omissão, diz procurador

Morte de agricultores em Faxinalzinho são fruto de omissão, diz procurador

Ricardo Gralha Massia pediu celeridade nos processos de demarcação de terra no Norte gaúcho

Lucas Rivas / Rádio Guaíba

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O procurador da República Ricardo Gralha Massia não se mostrou surpreso com o confronto entre índios e agricultores que terminou com dois mortos em Faxinalzinho, no Norte do Estado, na noite dessa segunda-feira. Conforme ele, a omissão do Ministério da Justiça em resolver o impasse sobre as demarcações de terra culminou com a morte dos dois agricultores. Massia disse que o fato entristece a comunidade e, apesar de chocar o Ministério Público, não surpreende. Segundo ele, confrontos eram previsíveis e evitáveis e a causa é a “omissão do Ministério da Justiça em apresentar soluções concretas na questão”.

Ricardo Gralha Massia lembrou que o processo de demarcação de terras daquela região tramita há dez anos e está há pelo menos um parado no Ministério da Justiça. O procurador acrescentou que, enquanto não houver uma solução definitiva que possa contemplar índios e agricultores, o conflito vai perdurar no campo, principalmente na parte Norte do Estado. “Enquanto não se resolver a questão de fundo que é: resposta para agricultor e resposta para os indígenas esse clima de conflito, infelizmente, vai perdurar”, declarou.

O procurador da República também desmentiu as informações de que 50% do território gaúcho possa se transformar em terra indígena caso haja uma demarcação profunda e correta de terras no Estado. Devido ao clima de insegurança instalado na cidade, o prefeito de Faxinalzinho, Selso Pelin, decretou situação de calamidade pública. Além da rede de ensino, serviços de saúde e comércio sofreram reflexos pelo conflito. Na última segunda-feira, os irmãos Alcemar de Souza e Anderson morreram depois de tentarem furar um bloqueio formado por índios em uma estrada da cidade.

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