Motoristas de aplicativo pedem mais suporte às empresas durante pandemia de coronavírus

Motoristas de aplicativo pedem mais suporte às empresas durante pandemia de coronavírus

Fembrapp exige, entre outras medidas, auxílio-saúde e taxa zero para que condutores sigam trabalhando durante quarentena

Rádio Guaíba

Conforme a Fembrapp, as medidas anunciadas pelas operadoras até o momento não foram suficientes

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Em nota divulgada nesta quinta-feira, a Federação dos Motoristas por Aplicativo do Brasil (Fembrapp) apela às empresas de transporte para que os trabalhadores tenham suporte financeiro e auxílio-saúde durante a pandemia do novo coronavírus.

A Federação explica, no comunicado, que os motoristas foram considerados serviço essencial pela Presidência da República, por meio do Gabinete de Crise, e que, durante a quarentena, seguem transportando médicos, enfermeiros e até mesmo pacientes doentes em busca de atendimento nos hospitais e postos de saúde.

Dentre outras medidas, os motoristas exigem taxa zero durante 90 dias, antecipação do prêmio por produtividade anual e liberação de linha de crédito para pagamento após a pandemia.

Conforme a Fembrapp, as medidas anunciadas pelas operadoras até o momento não foram suficientes. Dentre elas, o pagamento de R$ 300 para o motorista ficar 14 dias em casa (em caso de teste positivo para Covid-19); plano de saúde em que o condutor arca com as despesas mas não pode incluir a família, e ressarcimento dos valores gastos com álcool gel.

De acordo com a Federação, diversos pedidos já foram realizados às empresas Uber, 99 e Cabify, sem que nenhuma delas tenha respondido de maneira satisfatória. O presidente da entidade, Eduardo Lima de Souza, ressaltou, em nota, que o cenário comprova o “descaso com aqueles que, sob risco de contaminação, continuam, por necessidade de sobrevivência sua e de sua família, nas ruas, prestando esse serviço à população”.

O que dizem as empresas de transporte

A 99 informou que monitora diariamente os impactos do coronavírus para o transporte por aplicativo. Para a empresa, a prioridade é garantir a saúde dos usuários e dos motoristas e, por isso, “está orientando sobre as medidas de prevenção da doença além de disponibilizar um fundo para ajudar motoristas que sejam diagnosticados com a Covid-19, de acordo com sua média de ganhos na plataforma”. A 99 também salienta que, em Porto Alegre, doou 20 mil corridas à Prefeitura sem que o ganho dos condutores tenha sido prejudicado.

Já a Uber anunciou hoje um programa nacional, em suporte aos mais de 1 milhão de parceiros da empresa. As ações, para auxiliar motoristas e entregadores de comida, incluem medidas diretamente adotadas pela empresa e parcerias que proporcionem geração de renda. O Vale Saúde Sempre passa a ser oferecido a partir de hoje para todos os parceiros, com descontos em consultas médicas em rede de atendimento privada e mais de 3 mil tipos de exames laboratoriais e de imagem. O programa também dá 20% de desconto em farmácias credenciadas e não cobrada anuidade. Sobre o valor da assistência financeira para motorista com a doença diagnosticada, a Uber explica que vai se basear na média diária de ganhos do colaborador, nos seis meses anteriores a 6 de março. Caso ele esteja usando o app há menos tempo, a média vai ser baseada nos ganhos desde a primeira viagem ou entrega, até essa mesma data.

A Cabify afirmou ter criado um comitê de trabalho específico para monitorar o desdobramento do coronavírus e ativado protocolos internos de urgência para contenção da situação. Além disso, esclarece que comprometeu “seus melhores e maiores esforços para elaborar possíveis ações e/ou projetos que possam ter efeitos positivos neste momento difícil de quarentena nacional”. A empresa garante que trata a estratégia com prioridade, principalmente porque entende que a demanda por serviços de mobilidade pode mudar e é relevante que motoristas e usuários se adaptem a esse período.


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