Mourão diz que gabinete de crise estuda afastar diretoria da Vale

Mourão diz que gabinete de crise estuda afastar diretoria da Vale

Vice-presidente admitiu não saber se o grupo pode fazer tal recomendação

AE

Em reunião, general defendeu uma punição rigorosa para os culpados, inclusive criminalmente

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Mourão defendeu punição para os responsáveis pelo rompimento da Barragem 1, da mineradora Vale, em Brumadinho, Minas Gerais, na sexta-feira. Segundo ele, a investigação tem identificar os culpados e prever punição. "Agora, tem que punir mesmo, punir mesmo", afirmou, na saída da Vice-Presidência. "Punição tem que ser a que dói no bolso que já está sendo aplicada. Segundo, se houve imperícia, imprudência ou negligência por parte de alguém dentro da empresa, essa pessoa tem que responder criminalmente. Afinal de contas, quantas vidas foram perdidas nisso aí?", acrescentou.

Ele ainda afirmou nesta segunda-feira que o gabinete de crise do governo está estudando a possibilidade de a diretoria da mineradora Vale ser afastada de suas funções durante as investigações sobre o desastre que aconteceu na semana passada em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte. "Essa questão da diretoria da Vale está sendo estudada pelo grupo de crise. Vamos aguardar quais são as linhas de atuação que eles estão levantando", disse a jornalistas ao deixar o Palácio do Planalto.

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Mourão, no entanto, admitiu não saber se o grupo pode fazer tal recomendação. "Tenho que estudar, não tenho certeza", afirmou. O gabinete de crise se reuniu na manhã desta segunda. Participaram da reunião os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, de Minas e Energia, Almirante Bento, e de Defesa, Fernando Azevedo. O general defendeu uma punição rigorosa para os culpados, inclusive criminalmente.

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Questionado sobre se, após o desastre, o governo poderia fazer uma defesa mais enfática do meio ambiente, levando o tema para o centro das decisões, Mourão afirmou que o presidente Jair Bolsonaro já sinalizou tal posição no Fórum Mundial Econômico, em Davos, na Suíça, por conta da discussão sobre a permanência do Brasil no Acordo de Paris. "Eu também já disse que nós não podemos nos furtar, que essa é uma questão moderna. Aumentou demais o número de pessoas na terra, a exploração econômica de modo que a gente possa alimentar essas pessoas todas é enorme a gente tem que, de todas as formas preservar, porque é o nosso planeta né, se não vamos ter que viver em Marte", disse.

Mourão voltou a defender que as buscas por sobreviventes ou por corpos de vítimas devem ser feitas por grupos especializados, como o Corpo de Bombeiros e as forças de Israel. Ele também afirmou que a tragédia não deverá ser tratada na reunião do conselho de ministros marcada para esta terça. "Vamos aguardar o retorno do presidente que voltará zerado, pronto para correr, nadar e fazer tudo o que tem direito", disse.

Mourão assumiu a presidência da República interinamente nesta manhã porque o presidente Jair Bolsonaro passa por uma cirurgia em São Paulo para a retirada da bolsa de colostomia. Segundo Mourão, a previsão é que a cirurgia acabe por volta das 13h.




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