Movimentos entregam reivindicações por melhores condições de moradia

Movimentos entregam reivindicações por melhores condições de moradia

Na Jornada Nacional de Luta por Moradia, entidades criticaram desmonte de projetos sociais

Franceli Stefani

Movimentos sociais cobraram melhores condições para acesso à moradia

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“Toda criança tem direito a moradia.” Essa era a mensagem escrita em uma lona preta e levada para a caminhada da Jornada Nacional de Luta por Moradia, que iniciou na manhã desta segunda-feira, no Assentamento 20 de Novembro, na rua Barros Cassal, e culminou em um ato na Praça da Matriz, em frente à Assembleia Legislativa, Centro de Porto Alegre. Lá, o grupo efetuou a entrega de um documento com reivindicações ao deputados e também ao Executivo. De acordo com um dos diretores do Movimento Nacional de Luta Pela Moradia (MNLM), Gilberto Aguiar, o Beto, a ideia é que o os parlamentares junto com o governo gaúcho se unam para pressionar o Governo Federal para que os recursos sejam liberados.

Ao Judiciário, conforme Beto, também foi entregue a série de pedidos. “Nós queremos que não aconteçam mais despesas enquanto não houver investimentos e moradia para o povo pobre”, detalhou. A manifestação que aconteceu na Capital faz parte da jornada nacional de luta de diversas entidades. Entre as pautas do movimento estiveram o desmonte do programa Minha Casa Minha Vida e a retomada de contratação de projetos já selecionados, além das obras paralisadas no Rio Grande do Sul.

As entidades relataram que existem vários problemas que afetam, principalmente, as faixas 1 e 1,5 do programa: “Desde o governo do Michel Temer, até hoje, não há nenhum investimento. Não adianta política habitacional se o povo não tem condições de fazer R$ 100 mil de financiamento. Para o povo pobre, até R$ 1,8 mil não tem projeto”, declarou. As lideranças destacam também o atraso nos pagamentos por parte do governo federal e afirmam que o repasse não chega ao Rio Grande do Sul há três meses. Esse fator comprometeria o andamento das obras e empregos, além de precarizar a economia das regiões.

Segundo a União de Negros pela Igualdade (Unegro), Elis Regina Gomes de Vargas, os governos precisam olhar para a classe mais pobre da população, que muitas vezes dorme na rua e não tem um prato de comida na mesa. “Nós queremos ter um lugar para voltar toda a noite, para chamar de casa. Queremos ter dignidade, educação para nossos filhos. Nós, comunidade, somos fortes juntos, assim o povo é forte”, declarou. A caminhada deixou o trânsito lento, que foi organizado pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). 

O grupo realizou paradas em frente ao Banco Central e ao antigo Lanceiros Negros, que atualmente segue vazio desde a reintegração de posse em 2017. “É para mostrar que enquanto o povo segue um lugar para morar o Estado e o Município possuem 48 mil imóveis vazios, que não cumprem seu papel social”, encerrou Beto.

A Mobilização em Defesa do Direito à Moradia teve a participação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento de Luta nos Bairros (MLB), Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direito (MTD), Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), Central de Movimentos Populares (CMP), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Central Única do Trabalhadores (CUT), Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF) e União Nacional por Moradia Popular (UNMP).


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