MP recorre de decisão que afastou motivo torpe de Evandro Wirganovicz

MP recorre de decisão que afastou motivo torpe de Evandro Wirganovicz

Homem foi denunciado por cavar buraco onde corpo de Bernardo Boldrini foi enterrado

Correio do Povo

Evandro Wirganovicz foi denunciado por cavar buraco onde menino foi enterrado

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O Ministério Público (MP) do Estado ingressou nesta quarta-feira com recurso, em sentido estrito, contra a decisão da Justiça que afastou a qualificadora do motivo torpe referente ao réu Evandro Wirganovicz, um dos denunciados pelo assassinato do menino Bernardo Uglione Boldrini, ocorrido em 4 de abril de 2014.

No entendimento do promotor de Justiça Bruno Bonamente, que assina o recurso, houve um equívoco ao ser afastada a qualificadora de motivo torpe, uma vez que há versão nos autos de que a motivação dos crimes teria sido a paga e a promessa de recompensa, expressa em dinheiro. “O pronunciado Evandro Wirganovicz, embora não se tenha apurado que efetivamente recebeu dinheiro para auxiliar na prática do crime, era sabedor da situação econômica de sua irmã Edelvânia, e, diante do seu relacionamento bastante próximo, aliou-se a ela, auxiliando-a, a fim de que ela obtivesse vantagem econômica”, destaca.

Conforme denunciado pelo Ministério Público, Evandro Wirganovicz foi o responsável por cavar o buraco onde o corpo de Bernardo Boldrini foi enterrado, após ele ter sido morto pela madrasta, Graciele Ugulini, e a sua amiga Edelvânia Wirganovicz, irmã de Evandro. Segundo o MP, Leandro Boldrini, com amplo domínio do fato, interessado no desfecho da ação, concorreu para a prática do crime contra seu próprio filho, como mentor e incentivador da atuação de Graciele.

No último dia 13 de agosto, o juiz titular do processo, Marcos Luís Agostini, proferiu sentença de pronúncia decidindo que os quatro réus, Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz devem ir a júri popular. Eles responderão pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica (neste caso só o pai da vítima).

Caso Bernardo

Bernardo Boldrini, 11 anos, desapareceu em 4 de abril de 2014, em Três Passos, e teve o corpo encontrado na noite do dia 14, em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico e enterrado às margens de um rio. Edelvânia Wirganovicz, amiga da madrasta, admitiu o crime e apontou o local onde a criança foi enterrada.

O pai do menino, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica (apenas Leandro).

A polícia sustenta a tese de que Graciele e Edelvânia executaram o homicídio usando doses do medicamento Midazolan – a madrasta porque entendia que o menino era um “estorvo” para o relacionamento entre ela e Leandro Boldrini, e Edelvânia em troca de dinheiro, para comprar um apartamento. Ainda segundo o inquérito, Boldrini também teve participação na morte fornecendo o medicamento controlado em uma receita assinada por ele, na cor azul. Já Evandro se tornou o quarto réu do caso, pela suspeita de ter ajudado a fazer a cova onde o corpo do menino foi enterrado.



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