MST lança plano para combater crise da Covid-19 e suas consequências no campo

MST lança plano para combater crise da Covid-19 e suas consequências no campo

Movimento ressalta a necessidade de luta pela garantia de acesso das famílias aos programas de assistência

Gabriel Guedes

Kelly Manfort, dirigente nacional do movimento, participou da apresentação do plano

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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lançou, nesta sexta-feira, o Plano Emergencial de Reforma Agrária Popular. A iniciativa faz um contraponto à falta de políticas públicas para o campo durante a pandemia do novo coronavírus que, de acordo com movimento, os prejuízos pela crise gerada estão sendo colocadas na conta dos mais vulneráveis. No Rio Grande do Sul, a apresentação do plano ocorreu pela manhã na página do MST na região Sul no Facebook. 

Participaram os dirigentes nacionais do movimento Kelly Manfort e Ildo Pereira, e o deputado federal Paulo Pimenta (PT). Ainda estavam na transmissão, Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no RS, Amarildo Cenci, Leonardo Melgarejo, do Movimento Ciência Cidadã (MCC) e a  enfermeira e docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Fernanda Beheregaray Cabral.

“Este plano emergencial da Reforma Agrária nos chama atenção para algumas medidas que possam ser tomadas imediatamente, para que nosso povo não morra”, enfatiza Kelly. 

Proposta em quatro pilares

Desta forma, a proposta se baseia em quatro pilares. O primeiro é “Terra e Trabalho”, em que a garantia de terra e trabalho é fundamental para o alcance da igualdade no campo. No segundo, “Produção de alimentos saudáveis”, é pleiteado uma linha de financiamento para maquinário agrícola, bem para agroindústrias cooperativas, além da liberação emergencial de fomento para os assentados. 

“Ninguém sabe ao certo quantas pessoas foram contaminadas, quantas perderam a vida. Mas a certeza que temos é que as pessoas mais humildes sofrem com as consequências. Temos 6 milhões de hectares disponíveis para reforma agrária, que poderiam ser trocadas por dívidas destes proprietários com o governo federal”, lembra Pimenta.

Os outros dois pontos focam na proteção ambiental, partindo do pressuposto que proteger o meio-ambiente ajuda na produção de alimentos, além de garantir a biodiversidade. 

Por último, o movimento ressalta a necessidade de luta pela garantia de acesso das famílias do campo e da cidade aos programas de assistência de moradia, trabalho, renda, educação e pelo fortalecimento do SUS, em todo País. “Este é um plano para a vida, não para a morte, como o do governo Bolsonaro”, critica Pereira.


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