Nova audiência pública detalha projeto de concessão do Jardim Botânico de Porto Alegre

Nova audiência pública detalha projeto de concessão do Jardim Botânico de Porto Alegre

Previsão é de que o edital de licitação seja publicado até o final de junho

Felipe Samuel

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O projeto de concessão do parque Jardim Botânico de Porto Alegre foi tema da segunda audiência pública no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff). Representantes do governo do RS e do consórcio Araucárias, responsável pelo projeto, detalharam o uso de áreas, atrativos e instalações, além de apresentar os investimentos destinados à requalificação e modernização do local, que devem chegar a R$ 30 milhões em três anos. A previsão é de que o edital de licitação seja publicado até o final de junho.

O secretário extraordinário de Parcerias, Leonardo Busatto, explica que a concessão do espaço será de 30 anos. "É um contrato de longo prazo com todas as garantias e salvaguardas e mecanismos para proteger o Estado e o próprio investidor", afirma. Busatto garante que as atividades de pesquisa, do Museu de Ciências Naturais de Porto Alegre, "da parte de inteligência da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), da Fundação Zoobotânica e do Jardim Botânico" serão preservadas e não serão concedidas. "Isso sempre continuará sendo a cargo do poder público. As pesquisas, o acervo, todo trabalho nessa área continuará sendo feito pela Sema", completa.

Conforme Busatto, o projeto trata da concessão dos espaços que podem ser utilizados pra fins mais comerciais e turísticos, como a construção de restaurante, bar ou algum espaço de entretenimento. "São coisas complementares que inclusive foram detalhados aqui pelo pelo próprio consórcio contratado pelo BNDES, que vai potencializar não só a atratividade de pessoas, inclusive apresentando uma projeção de aumento de visitação, gerando novamente mais receita", destaca, acrescentando que o Consórcio Araucária estruturou o projeto com estudos de demanda, de potencial e exploração.

Busatto afirma que até o final do mês de junho deve ser publicado o edital de licitação com a previsão dos investimento obrigatórios. "A gente vai ter toda a remodelação dos prédios existentes, inclusive do museu, ou seja, a empresa, a concessionária tem que reformar os prédios que estão com situações muito precárias", destaca. Representando o Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (INGÁ), o biólogo Paulo Brack afirma que o Jardim Botânico e o Museu de Ciências Naturais de Porto Alegre estão abandonados e avalia que a concessão oferece riscos à preservação das 150 espécies do local.

"A gente está preocupado com o possível conflito que possa existir entre o concessionário que possa querer remover atividades que não se coadunem com os objetivos do Jardim Botânico", explica. Ele alerta ainda para a possibilidade de plantação de espécies exóticas ao invés da preservação da flora nativa, que é o intuito principal do Jardim Botânico. "A gente gostaria que o Estado demonstrasse segurança para que essa concessão não viesse a trazer prejuízos maiores", observa.


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