Novo decreto é cumprido por lojistas e estabelecimento ficam fechados em Porto Alegre

Novo decreto é cumprido por lojistas e estabelecimento ficam fechados em Porto Alegre

Determinações foram cumpridas desde cedo no Centro, com equipes realizando vistorias

Cláudio Isaías

Estabelecimentos cumpriram regras e dia começou com lojas fechadas

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Com o novo decreto publicado pela prefeitura de Porto Alegre, que tem o objetivo de restringir o avanço da pandemia pelo coronavírus, os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços tanto nas ruas quanto nos shopping centers amanheceram fechados nesta segunda-feira. No Centro Histórico, a determinação foi cumprida e desde cedo as equipes do Escritório de Fiscalização, com apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Procon, realizaram vistorias nas avenidas Borges de Medeiros e Salgado Filho, e nas ruas dos Andradas, Alberto Bins, Doutor Flores, Vigário José, Marechal Floriano Peixoto e Uruguai para verificação do cumprimento do decreto municipal por parte dos estabelecimentos comerciais. Tanto na área central quanto nas avenidas Azenha, Protásio Alves e Osvaldo Aranha, funcionaram lojas de brinquedos, pets, bazar e decoração, supermercados, farmácias, bancos e lotéricas.

Já os shoppings Iguatemi, Rua da Praia, João Pessoa, Total, BarraShopping Sul e Praia de Belas estão com horários reduzido para tentar frear a circulação de pessoas nos estabelecimentos comerciais. O Iguatemi informou que, em razão do decreto 20.623 de 20 de junho, permanecerá aberto em horário reduzido, das 11h30min às 20h, para o funcionamento das operações essenciais como: farmácias, estabelecimentos e serviços na área da saúde, bancos, terminais de autoatendimento e lotéricas. Os restaurantes e as praças de alimentação também estão abertos ao público em horário restrito: das 11h30min às 17h. O empreendimento reforça ainda que todos os protocolos de saúde e proteção continuam sendo adotados e os serviços de delivery e drive Thru seguem funcionando para os lojistas que estão autorizados a operar, de acordo com o decreto municipal.

O Rua da Praia explicou que poderão funcionar no local estabelecimentos caracterizados como autônomos ou micro empreendedores individuais, assim como restaurantes, bares e lancherias, independentemente do enquadramento. O funcionamento dos restaurantes, bares, lancherias e similares fica permitido até as 17h para atendimento ao público, com restrição ao número de clientes atendidos. O shopping atende o público das 10h as 18h. O João Pessoa informou que estão em funcionamento algumas lojas de microempreendedores, assim como os terminais 24 horas, agência da Caixa Federal, lotérica, farmácia e supermercado. 

Além da restrição no funcionamento de algumas atividades, os shopping centers seguem com protocolos de segurança e com muita informação aos clientes. Entre as medidas de prevenção adotadas pelos estabelecimentos comerciais estão rotinas de higienização como o uso de máscara, de álcool em gel para funcionários e clientes e verificação de temperatura de todos.

Os lojistas estão preocupados com o setor, que, segundo eles, é um dos mais afetados pela pandemia do coronavírus. O presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, afirmou que o cenário é preocupante e que 2020 é um ano perdido para os estabelecimentos comerciais tanto de rua quanto de shopping centers. Segundo ele, os empresários não conseguiram resistir por tanto tempo sem às vendas e por isso tudo mais demissões de trabalhadores deverão ocorrer.

O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL/RS), Vitor Augusto Koch, disse que o abre e fecha, fecha e abre está causando prejuízos graves e empreendimentos com muitos anos de existência correm o risco de fechar suas portas para sempre. "Milhares de pessoas dependem da atividade comercial para sobreviver", acrescentou.

O presidente do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Henry Chmelnitsky, afirmou que a mudança de regras é muito prejudicial ao setor. "Essa incerteza no empresário e no consumidor vai por muito tempo. Teremos que nos adequar", lamentou. Ele afirmou ainda que os problemas vão aparecer, como o desemprego e o fechamento de empresas.

Ambulantes continuam no Centro

Os ambulantes seguem comercializando diversos produtos no Centro Histórico de Porto Alegre. Na manhã desta segunda-feira, não foi diferente, com diversos grupos chegando na rua dos Andradas por volta das 9h. A concentração dos camelôs acontece nas proximidades das lojas Americanas até quase a rua Marechal Floriano Peixoto. A prática de comercializar desde itens para telefone celular, roupas e eletrônicos resulta em alguns momentos em aglomerações na rua dos Andradas, um do locais preferidos dos ambulantes para exposição dos seus produtos.  A novidade entre os itens está na venda de mascaras. A situação econômica é um dos motivos, segundo eles, que os faz trabalhar nas ruas. Todos os ambulantes se adaptaram às medidas de segurança contra a pandemia do novo coronavírus e utilizam máscaras quando estão em contato com os clientes nas calçadas do Centro Histórico.

Na manhã desta segunda-feira, a concentração de vendedores de frutas e verduras no Largo Glênio Peres foi interrompida pela fiscalização da prefeitura. Um grupo de aproximadamente dez ambulantes, sem máscara, foram surpreendidos pela presença das equipes do Procon, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Guarda Municipal e Escritório de Fiscalização. Eles foram obrigados a deixar o local. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA) e o Sindilojas afirmam que a situação é bastante prejudicial, o que resulta, segundo as entidades, em uma concorrência desleal principalmente aos negócios do ramo de vestuário e acessórios de moda e para telefones celulares. 

O Sindilojas Porto Alegre se manifestou contrário a esse tipo de prática, a qual "promove a venda de mercadorias de procedência desconhecida para a população e prejudica o desenvolvimento da cidade". A entidade diz que o comércio regulamentado tem o papel essencial na economia do país, já que aquece o giro financeiro e gera milhares de empregos, dando à população melhores condições de se viver. O Sindilojas Porto Alegre reforça que práticas ilegais como o contrabando, a sonegação de impostos, a falsificação e a pirataria não podem ser estimuladas. A prefeitura pretende realizar ações para coibir o comércio ilegal na cidade. No entanto, neste momento o trabalho está direcionado para a verificação do cumprimento do decreto municipal por parte dos estabelecimentos comerciais.  

 


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