Novo ministro da Saúde promete vacinar 1 milhão de pessoas por dia

Novo ministro da Saúde promete vacinar 1 milhão de pessoas por dia

Meta de Marcelo Queiroga é ao menos três vezes a velocidade da atual imunização

R7

Meta de Marcelo Queiroga é ao menos três vezes a velocidade da atual imunização

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Na primeira entrevista coletiva após assumir o cargo de ministro da Saúde, Marcelo Queiroga prometeu nesta quarta-feira que "em curto prazo" o Brasil terá 1 milhão de pessoas vacinadas por dia. De acordo com os dados da pasta, 15.467.076 doses já foram aplicadas – cobertura de cerca de 6% da população – mas apenas 3.721.856 brasileiros estão totalmente imunizados com as duas doses. Nesta quarta-feira, foram pouco mais de 91,7 mil doses aplicadas em todo o país.

“Nós temos condições de vacinar muitas pessoas. Atualmente, nós vacinamos 300 mil indivíduos todos os dias. O ministro da Saúde e o governo assumem o compromisso de, em curto prazo, aumentar em pelo menos três vezes essa velocidade de vacinação para 1 milhão de vacinas todos os dias. É uma meta plausível, temos condições até de ampliar ainda mais. Não quero me comprometer porque precisamos buscar mais vacinas.”

O cardiologista Marcelo Queiroga foi escolhido no último dia 15 para substituir Eduardo Pazuello e empossado ontem, em uma reunião fechada. Em menos de um ano, ele é o quarto a ocupar o cargo de ministro da Saúde, posição que foi dos médicos Luiz Henrique Mandetta, até 16 de abril de 2020, e de Nelson Teich, por 29 dias. 

Autonomia

Queiroga também afirmou que o presidente Jair Bolsonaro o autorizou a nomear todos os secretários da pasta, que atualmente tem dezenas de militares em cargos de chefia. 

O secretário-executivo será Rodrigo Castro, servidor de carreira do Ministério da Economia. A Secretaria de Atenção Especializada à Saúde ficará com o médico ortopedista Sérgio Okane, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. O novo ministro anunciou ainda a criação de uma secretaria especial de combate à Covid-19. 

"Essa secretaria vai cuidar somente da pandemia, porque nós sabemos que além da pandemia, as pessoas continuam tendo doenças cardiovasculares, tendo câncer e outros males que nos espreitam no nosso dia a dia. O Ministério da Saúde precisa continuar atendendo todos esses pacientes."

Cloroquina

Questionado sobre o protocolo criado sob a gestão de Pazuello que indica cloroquina/hidroxicloroquina e azitromicinapara tratamentos de Covid-19, Queiroga disse que a diretriz “não existe” no ministério e falou em “olhar para a frente e buscar o que existe de comprovado”.

“É isso que o Ministério da Saúde vai fazer. Nós instituímos dentro da secretaria especial de combate à pandemia um núcleo técnico que vai ser coordenado pelo professor Carlos Carvalho, titular Universidade de São Paulo, que vai coordenar os protocolos assistenciais da Covid.”

Todavia, o novo ministro também defendeu a autonomia dos médicos para fazer uso off-label (sem que conste a doença na bula) dos medicamentos que julgarem necessário para fazer o tratamento da Covid-19.

Lockdown

No dia em que o Brasil deve bater a marca de 300 mil mortos por Covid-19, Queiroga criticou o lockdown como forma de conter o avanço do vírus.

“Quem quer um lockdown? Ninguém quer lockdown. O que nós temos, do ponto de vista prático, é adotar medidas sanitárias eficientes que evitem o lockdown. Até porque a população não adere ao lockdown. Vacina é importante, mas o uso de máscaras é fundamental. Precisamos usar máscaras, precisamos manter um certo distanciamento. Vamos buscar uma maneira de disciplinar essa movimentação social, esse distanciamento para que se evite a figura do lockdown e tenhamos políticas eficientes.”

Segundo ele, uma comissão que será comandada pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), está incumbida de buscar soluções para o distanciamento social.


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