Nuvem de poeira que afetou o Litoral do RS já deixou o Estado

Nuvem de poeira que afetou o Litoral do RS já deixou o Estado

Conforme meteorologista, apesar de diferente, o fenômeno não é raro de ocorrer

Correio do Povo

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A imensa nuvem de poeira gerada por tempestades de vento na Patagônia que pairava pelo Litoral do Rio Grande do Sul já se deslocou em direção a outro continente. É o que afirma a sócia diretora da MetSul Meteorologia, Estael Sias. "A chegada dos detritos já se encerrou. Aquela poeira foi produzida no domingo e transportada nos dias seguintes e agora está viajando pelo planeta. Certamente já chegou em outro continente ou se dissipou com a chuva", afirmou.

Conforme a meteorologista, o Rio Grande do Sul, atualmente, apresenta céu claro, com uma atmosfera mais quente e seca, o que reforça a ideia de que a nuvem não está mais presente. Apesar de diferente, o fenômeno não é, necessariamente, raro.

"Exige condições especiais. O vento, em altitude, está sempre de oeste para leste, então, se tivermos uma erupção vulcânica que alcance essa altitude de 10km de altura, inevitavelmente será transportado", explicou.

Estael completou afirmando que, quando ocorrem invernos muito secos no Centro-Oeste, ou no sul do Amazonas – potencializados pelas queimadas –, é comum o vento de norte-sul trazer esses detritos para o Rio Grande do Sul. 

"O vento que transporta esses fenômenos está aí. Eles acontecendo, seja erupção vulcânica, tempestade de terra ou queimadas, o vento vai transportar caso encontre um caminho de tempo seco", reforçou.

A formação da nuvem

A gigante nuvem de poeira, incomum pela sua enorme dimensão, foi consequência de um temporal de vento descrito por meteorologistas argentinos como “terrível” que atingiu no domingo a região da Patagônia. As rajadas tinham a força de furacão e trouxeram muitos danos.

Boletim divulgado pelo Serviço Meteorológico Nacional da Argentina informou que as rajadas de vento durante o domingo alcançaram 163 km/h em Esquel, 142 km/h em Comodoro Rivadavia, 122 km/h em Pueto San Julián, 111 km/h em Bariloche, 111 km/h em Santa Cruz e 87 km/h em Chapecó. 

Medições não oficiais indicaram rajadas de até 180 km/h. Um centro de baixa pressão muito aprofundo atuava ao Sul de Magallanes (Chile) e a Terra do Fogo (Argentina), entre a Antártida e o extremo Sul da América do Sul, trazendo valores muito baixos de pressão atmosférica na Patagônia. Na sequência, passou uma frente fria que foi responsável por causar neve hoje em Ushuaia e que trouxe muito vento. Foi o cenário que levou ao temporal atipicamente intenso de vento no Sul da Argentina.

 


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