Onda de calor na Europa complica prevenção do coronavírus, que continua devastando o Brasil

Onda de calor na Europa complica prevenção do coronavírus, que continua devastando o Brasil

Autoridades europeias tentam impor medidas de distanciamento e o uso de máscara para conter a propagação

AFP

Europa registrou altas temperaturas no Verão em 2022

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A onda de calor que sacode a Europa e que leva os moradores às praias põe à prova a prevenção contra surtos de coronavírus no Velho Continente, enquanto o Brasil ultrapassou os 100 mil mortos por Covid-19 e os Estados Unidos atingiram 5 milhões de contágios.

Com temperaturas superiores a 35ºC na maior parte do continente e surtos aumentando perigosamente como na Espanha, as autoridades europeias tentam impor medidas de distanciamento e o uso de máscara para conter a propagação.

Com mais de 213.000 mortos, de acordo com um balanço da AFP com base em fontes oficiais, a Europa é o segundo continente mais afetado pela pandemia, atrás apenas da América Latina e Caribe, onde as mortes ultrapassam 218.345.

O Brasil superou no sábado 100 mil mortes e se consolida como o segundo país mais afetado, atrás dos Estados Unidos (162.435 mortes) e à frente do México (52.006), Reino Unido (46.566) e Índia (43.379).

Só no sábado, 6.045 novas mortes e 278.509 infecções foram registradas no mundo. Os Estados Unidos, com 1.329, Brasil (905) e Índia (861), encabeçam esta lista sinistra.

E neste domingo, os Estados Unidos ultrapassaram a barreira de 5 milhões de infecções por coronavírus, de acordo com contagem realizada pela Universidade Johns Hopkins.

Na Europa, que em maio deixou para trás o confinamento na maioria dos países, os surtos reapareceram a partir de julho, obrigando a adoção de novas restrições em pleno verão, dada a relutância de parte de seus habitantes, em particular os mais jovens, e em detrimento de uma economia abalada que em muitos dos países mais afetados é altamente dependente do turismo.

Proibição de turistas nas praias da Bélgica

Diversas cidades e balneários da Bélgica, localizados na costa flamenga, anunciaram neste domingo a proibição de "turistas de um dia". A medida, adotada nas cidades de Knokke-Heist e Blankenberge, surge após confrontos no sábado entre turistas e a prisão de veranistas em uma dessas cidades.

Em Blankenberge, um grupo de jovens foi convidado a deixar a praia por se recusar a respeitar as medidas de distanciamento. Essa disputa entre veranistas virou briga quando a polícia chegou, que foi atacada com guarda-sóis, segundo vídeos postados nas redes sociais.

No Reino Unido e na Alemanha, o litoral também está lotado e as autoridades alemãs tiveram que exigir o fechamento de lagos e algumas praias do norte do país devido à impossibilidade de respeitar as medidas de segurança.

Cerca de 5 mil pessoas se manifestaram em Viena no sábado para exigir o levantamento das restrições devido à crise de saúde e mais ajuda do governo a bares e boates.

Desde o final de julho, o uso da máscara é obrigatório em espaços públicos fechados em grande parte dos países do Velho Continente. A partir de segunda-feira, será obrigatório em algumas das áreas mais movimentadas de Paris, como o cais do Sena ou a zona turística de Montmartre.

Ajudas por decreto nos EUA  

A Covid-19 causou pelo menos 727.288 mortes no mundo desde o seu surgimento no final de 2019 na China, segundo a Organização Mundial de Saúde, e o número de infectados se aproxima de 20 milhões.

Quase um óbito em cada dois ocorreu na última semana na América Latina, que não é apenas a região com os maiores índices de mortalidade, mas com o maior número de diagnósticos positivos, com mais de 5,5 milhões.

A pandemia acentuou as desigualdades sociais no Brasil, causando estragos entre os moradores das favelas.

A ONG Rio de Paz organizou no sábado, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, uma homenagem às vítimas do vírus no Brasil com o lançamento de cerca de 1.000 balões vermelhos e 100 cruzes na areia.

O impacto econômico da pandemia também está sendo sentido na América Latina, onde, por exemplo, quase 700 mil empregos foram destruídos no Equador.

Nos Estados Unidos, que também sofre forte repercussão econômica, o presidente Donald Trump decidiu agir por decreto diante da paralisação das negociações entre o Congresso e a Casa Branca para desenvolver um plano de reconstrução econômica.

O líder republicano assinou quatro decretos para reduzir os impostos sobre os trabalhadores, estender uma ajuda semanal de 400 euros aos desempregados, adiar o pagamento de empréstimos estudantis e proteger os inquilinos ameaçados de despejos.


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