Painel feito por pacientes e voluntários conta histórias de superação do câncer na Santa Casa

Painel feito por pacientes e voluntários conta histórias de superação do câncer na Santa Casa

Trabalho formado por 160 blocos está colorindo o saguão do Hospital Santa Rita

Franceli Stefani

Trabalho formado por 160 blocos está colorindo o saguão do Hospital Santa Rita

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Um painel formado por 160 blocos está colorindo o saguão do Hospital Santa Rita, localizado no complexo Santa Casa, em Porto Alegre. Cada um deles foi feito por pacientes, familiares e também por profissionais que atuam na unidade de saúde. Eles contam um pouco da história de cada um, têm desenhos que simbolizam a luta e há aqueles que possuem frases, além de assinaturas. O trabalho foi organizado e finalizado pelas voluntárias do projeto Confraria do Patchwork.

De acordo com a oncologista que atua no local, Alice Zelmanowicz, a proposta é reforçar a ideia de prevenção e imprimir algo criativo no processo de adoecimento, sofrimento, recuperação, reconstrução; além do entendimento da importância do diagnóstico precoce. A voluntária Elam Lewgoy detalha que foram distribuídos os blocos e os moldes para que as pessoas fizessem a composição que quisessem. “Depois, tudo foi juntado e costurado. Foram dois meses de trabalho”, explica. Foi a segunda colcha feita pelo grupo, a primeira fez alusão aos 50 anos do hospital, no mês de agosto.

“Toda é em tons de rosa, tem um laço verde – que pode ser visto apenas de longe -, cor que tem a simbologia da esperança, da cura. A moldura, em preto, com inúmeras borboletas faz referência a todos que já partiram. Temos índices altos de cura, mas perdemos alguns”, explica ela. As figuras simples, recortadas e coladas, foram feitas por pessoas das mais variadas idades. Algumas, elaboradas por crianças. Entre os desenhos mais comuns, laços, animais e simbologias religiosas.

A oncologista, que acompanhou o trabalho desde o início, explica que de cinco a sete mil novos casos são atendidos por ano no hospital. Os registros do câncer de mama são de 1 mil a 1,5 mil pacientes, vindos de todo o Estado. “Quanto mais cedo a pessoa descobrir, mais chance de cura e menos mutilante é o tratamento”, afirma.

No caso do câncer de mama é fundamental a mulher conhecer o próprio corpo e os sinais que ele emite. “A mama se transforma ao longo do mês e também ao longo da vida. Sempre que algo diferente for percebido é preciso procurar um especialista. Infelizmente, no Sistema Único de Saúde (SUS), a maioria não possui um diagnóstico precoce. Há muito a evoluir”, pondera.

Atualmente, a instituição de Porto Alegre tem 200 leitos ocupados. “O mais comum é o câncer de mama, seguido dos de próstata e pulmão. Somos especializados em câncer, uma das únicas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) está aqui. Oferecemos modernos tratamentos, até a imunoterapia, sem contar as pesquisas em todos os níveis. É um hospital bem completo.”

No mês que vem, quando é comemorado o Novembro Azul, com foco na saúde do público masculino, uma nova colcha será apresentada. A voluntária Adelma Ammes conta que a montagem também foi feita pelas voluntárias e está quase finalizada.


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