Paixão Côrtes é sepultado ao som do hino Rio-Grandense

Paixão Côrtes é sepultado ao som do hino Rio-Grandense

Cortejo de cavaleiros farroupilhas acompanhou o deslocamento até o Cemitério São Miguel e Almas

Felipe Samuel

Paixão Côrtes é sepultado ao som do hino Rio-Grandense

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Um cortejo fúnebre marcou ontem a última despedida do público ao folclorista Paixão Côrtes. Com a companhia de 15 cavalarianos munidos de bandeiras do Brasil e do Rio Grande do Sul, o carro que levou o caixão do compositor saiu às 17h10 da Praça da Matriz, no Centro, em direção ao cemitério São Miguel e Almas. Escoltada pela EPTC, que bloqueou algumas ruas parcialmente, a marcha seguiu pelas avenidas João Pessoa e Oscar Pereira, num percurso que durou cerca de 20 minutos.

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Os cavalarianos foram os primeiros a ingressar no cemitério seguidos pelo carro fúnebre. No estacionamento, antes de conduzir o caixão do pai ao túmulo, Carlos Côrtes cumprimentou e agradeceu todos os cavaleiros farroupilhas do 35 CTG, que prestaram homenagem a Paixão Côrtes. "Ele queria uma coisa simples, mas a gente não poderia deixar de oportunizar às pessoas que vieram, inclusive de outros estados, para fazer uma homenagem", observa.




Dezenas de pessoas acompanharam a condução do caixão ao segundo andar do cemitério. Emocionado, Carlos agradeceu a homenagem ao folclorista. "Meu pai encerra um ciclo. É da finitude da vida e faz parte do processo". Reunidos em torno do ataúde, amigos e familiares se despediram pela última vez do folclorista cantando o hino Rio-Grandense a capela.

Produtor musical e amigo de Paixão Côrtes há mais de 50 anos, Ayrton Patineti dos Anjos lembra que o folclorista gravou músicas que estavam 'recolhidas', que ninguém estava gravando, e com acompanhamento de orquestra. "Ele era o mestre. O que ele gostava era que eu chegasse lá na casa dele com uma dúvida. E ele me explicava tudo, sempre com boa vontade, com alegria, pesquisando, filmando, gravando", salienta.

Entre as histórias marcantes com o parceiro de longa data, Patineti lembra de uma palestra de Paixão Côrtes, no Paraná. “Enquanto ele palestrava, assava um churrasco no palco”, garante. “O que mais marcou na parceria com ele é a segurança e o conhecimento dele, além da pesquisa. Ele queria evoluir em tudo, queria que o gaúcho tivesse um padrão universal”, acrescenta.

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