Palmas em solidariedade ao Haiti abrem Fórum Social Mundial

Palmas em solidariedade ao Haiti abrem Fórum Social Mundial

Balanço dos 10 anos considera movimento vitorioso por provar que neoliberalismo não é a solução

Gustavo Mota/Rádio Guaíba

Palmas em solidariedade ao Haiti abrem FSM

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Foram abertas oficialmente na manhã desta segunda-feira as atividades do Fórum Social Mundial (FSM) - 10 anos Grande Porto Alegre, em cerimônia na Usina do Gasômetro. O ato começou com salva de palmas em solidariedade ao povo haitiano. Uma das estrelas do evento foi o coordenador da Via Campesina, o gaúcho João Pedro Stédile, também fundador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

Em entrevista, ele mostrou posição contrária a ida de militares brasileiros e de outras nações ao Haiti. Conforme Stédile, aquele país precisa de ajuda humanitária e não de militares. Ele disse que sugerirá ao presidente Lula, que estará amanhã em Porto Alegre, que o país construa no Haiti cisternas para captação de água, envie sementes e muitas ferramentas, além de profissionais de todas as áreas, incluindo enfermeiros, médicos engenheiros e jornalistas. Stédile pedirá ao presidente da Venezuela que envie ao Haiti botijões de gás porque aquele país precisa do produto para cozinhar.

Ao fazer um balanço de 10 anos de Fórum, que começou em Porto Alegre, o dirigente da Via Campesina disse que as forças que organizaram este movimento hoje são vitoriosas porque provaram que o neoliberalismo não resolve os problemas do planeta. Advertiu, no entanto "que daqui para frente os movimentos sociais do mundo inteiro devem se unir para derrotar o imperialismo que continua muito forte por meio dos Estados Unidos, que manda no mundo, patrocina guerras e investe em armamento".

Além de representantes de entidades não-governamentais brasileiras e internacionais, a abertura do FSM contou com a presença do prefeito José Fogaça e do presidente da Assembleia, Ivar Pavan. Fogaça disse que sua administração lutou para trazer o Fórum de maneira tradicional para a Capital, mas ressaltou que a maneira descentralizada também é importante para a cidade. Ele afirmou que a prefeitura trabalha para dar todas as condições para que os eventos sejam realizados com sucesso em Porto Alegre.

Também fizeram parte da cerimônia o representante do governo federal Wagner Caetano, o presidente da Assembleia Legislativa, Ivar Pavan, o presidente da CUT e representante do Comitê Organizador Local, Celso Woyciechowski, a representante do FSM de Belém, Aldalice Otterloo, e a representante do FSM da Índia, Corinne Kumar, além de um dos coordenadores do Fórum, Sérgio Haddad.

Caetano, em seu discurso, disse que cada realização do evento se constitui em um grande desafio. Ele ressaltou também que nesse momento, quando são completados 10 anos do FSM, é preciso que seja visto o tamanho que a atração ganhou o que obriga uma organização muito maior. Caetano afirmou que o evento nunca perdeu o espaço de participação para as organizações e os movimentos sociais. Garantiu que seria um momento de reflexão não só dos passos que já foram dados mas sobre a necessidade de modernização da atuação em torno dos objetivos já discutidos nesse período. Ele informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará em Porto Alegre em sua última edição como chefe de Estado certamente fará uma prestação de contas ao mundo social de que o Brasil já é uma prova de que um mundo novo é possível, em uma referência ao slogan do FSM.

Ivar Pavan lembrou que quando participou do primeiro Fórum, as pessoas eram muito mais expectadoras em torno do debate sobre questões sociais, hoje, segundo ele, elas são protagonistas das mudanças. “O FSM ousou dizer que havia um outro caminho, caminho que se vê mais próximo atualmente.”

A representante do FSM de Belém, Aldalice Otterloo, disse que foi importante a realização do Fórum em Belém porque não apenas fortaleceu o debate sobre a região Amazônica como a discussão sobre a cultura e os povos.

Corinne, que era a representante do Fórum realizado na Índia, disse que esse era um momento importante e especial onde se via que os horizontes abertos pelo evento há 10 anos, onde foram levantadas para o debate as questões sociais para todo o planeta. Ela espera que o Fórum mais uma vez concentre e reforce a discussão sobre a questão de que o mundo novo é possível.

O presidente da CUT citou que é importante o trabalho e o auxílio de voluntários para garantir a realização do Fórum em Porto Alegre mas também desprendimento das prefeituras e da Região Metropolitana que se somaram à organização do evento descentralizado mas forte.

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