Pandemia retira cerca de 10 mil passageiros diários da Rodoviária de Porto Alegre

Pandemia retira cerca de 10 mil passageiros diários da Rodoviária de Porto Alegre

Além da Covid-19, a recessão econômica e o desemprego também são causas da diminuição da circulação no local

Movimentação na Rodoviária de Porto Alegre é de aproximadamente duas mil pessoas por dia

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A pandemia do novo coronavírus afetou em cheio a movimentação de passageiros na Estação Rodoviária de Porto Alegre. A queda se acentuou a partir do final do mês de março, quando entraram em vigor diversas medidas para conter a doença, como a quarentena ou o fechamento de estabelecimentos comerciais na Capital. Antes da Covid-19, a Rodoviária da Capital, a maior do Rio Grande do Sul, tinha uma circulação de 11 mil a 12 mil pessoas por dia e havia à disposição dos usuários mais de 500 horários fixos de ônibus.

O diretor de Operações da Estação Rodoviária de Porto Alegre, Giovani Luigi, disse que a movimentação hoje é de aproximadamente duas mil pessoas por dia e são disponibilizados uma média de 150 a 170 ônibus diariamente. "Não é proibido viajar, mas com tudo fechado, inclusive o comércio de rua e os shoppings, as pessoas decidiram ficar em casa. Essa decisão prejudicou muito os negócios. Foi um balde água de fria nas empresas de ônibus e na Rodoviária", ressaltou. 

Segundo Luigi, há pelo menos cinco ou seis anos a circulação de passageiros apresenta uma redução muito por conta da recessão econômica do país e do desemprego. "A Rodoviária, com a crise da Covid-19, apresentou uma diminuição estimada entre 80% a 85% na circulação de usuários", explicou.

O diretor de Operações afirmou ainda que para muitas pessoas viajar não é necessário. "Quem ia visitar um parente no interior, por exemplo, uma vez a cada três meses, com crise do novo coronavírus, agora vai levar um ano para fazer essa viagem", acrescentou.

Luigi explicou que neste momento a prioridade da população é pela compra de alimentos, roupas e o pagamento de contas. "Quando tudo melhorar as pessoas vão começar a pensar novamente em viajar de ônibus", ressaltou.

Como Porto Alegre ainda está em bandeira vermelha em função da Covid-19, a venda de passagens vem sendo feita apenas para as poltronas localizadas nas janelas, o que segundo, o diretor de Operações, acaba por causar um grande prejuízo às empresas. Luigi destacou que nos últimos meses tem ficado debruçado nos dados apresentados pelos governos estadual e municipal sobre a ocupação de leitos nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) dos hospitais e de mortes no Rio Grande do Sul.

Ele acredita em uma retomada do setor até o final do ano, caso ocorra uma estabilização das ocupações dos leitos de UTI no Estado. O terminal, que funciona no Largo Vespasiano Júlio Veppo, no Centro Histórico, recebe empresas de ônibus que realizam viagens estaduais, nacionais e internacionais.


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