Parque de diversões deixa Imbé, no Litoral Norte do RS, após acidente em brinquedo

Parque de diversões deixa Imbé, no Litoral Norte do RS, após acidente em brinquedo

Acidente com um dos carrinhos da montanha-russa deixou quatro feridos


Henrique Massaro

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Uma semana após a queda do carrinho de uma montanha-russa que deixou quatro pessoas feridas em Imbé, os proprietários do parque de diversões foram flagrados pela Polícia Civil desmontando o estabelecimento para deixar o local. A situação ocorreu na noite da última terça-feira e resultou, nesta quinta-feira, no cumprimento de um mandado de arresto – medida criminal que determina o bloqueio dos equipamentos com o objetivo de assegurar direitos futuros – decretado pela juíza Magáli Rabello, da 2ª Vara Criminal de Tramandaí após pedido do Ministério Público Estadual.

Na noite de terça, a procuradora de Justiça Karine Teixeira recebeu um vídeo que mostrava as luzes o Parque de Diversões Top Park todas acessas. Imaginando, a princípio, que a Polícia Civil poderia estar realizando alguma diligência no local, a promotora acabou descobrindo que o Corpo de Bombeiros havia feito desinterdição do estabelecimento, com exceção da montanha russa. “Fui até o local e vimos que o parque estava sendo desmontado, estavam indo embora”, conta Karine. “A empresa é de Santa Catarina, muito provavelmente não iríamos mais localizá-los, inviabilizando tanto as diligências da polícia quanto a reparação das vítimas.”

A extensão das lesões das vítimas – três adultos e uma criança – ainda não foi definida, portanto, ainda não foi definida a natureza do crime pelo qual os proprietários do parque irão responder. Inicialmente, tratava-se de uma lesão culposa, mas, segundo a promotora, até mesmo um dano moral coletivo está sendo cogitado, visto que o parque, instalado perto da ponte, era frequentado por toda a comunidade. “Pedimos o bloqueio dos bens para poder assegurar uma futura indenização das vítimas”, explica.

A promotora ainda diz que a situação do estabelecimento não é tão simples quanto pode parecer. Apesar de haver um parque de diversões instalado anualmente no mesmo local de Imbé, a empresa que oferece a atividade não é sempre a mesma. Segundo Karine, o município realiza uma nova licitação anualmente. A vencedora da última concorrência acabou sublocando o espaço para esta empresa de Santa Catarina. “O contrato que Imbé celebrou não foi com essa empresa (na qual ocorreu o acidente)”, pontua.

O delegado Antônio Carlos Ractz Júnior afirmou que já inquiriu os proprietários dos dois parques – o vencedor da licitação e o que estava operando –, o engenheiro responsável, três funcionários que trabalhavam na montanha-russa, um familiar e duas das vítimas, além de um sargento do Corpo de Bombeiros e dois profissionais vinculados ao Conselho Regional de Engenharia (Crea). De acordo com ele, há também um engenheiro mecânico auxiliando no caso. Agora, a investigação aguarda o resultado do laudo pericial para remeter o inquérito ao Judiciário.


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