Passeios turísticos a pé começam a ser oferecidos no Centro Histórico de Porto Alegre

Passeios turísticos a pé começam a ser oferecidos no Centro Histórico de Porto Alegre

Centro de Informações Turísticas foi reaberto pela prefeitura nas últimas semana

Henrique Massaro

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Se você é uma das centenas de milhares de pessoas que, diariamente, passa pelo Centro de Porto Alegre, as chances são grandes de não ter percebido o potencial turístico do bairro e as características que o levam a ser chamado de Histórico.

Uma parada rápida no Mercado Público, porém, pode levar a um passeio de cerca de uma hora capaz de revelar diversas histórias escondidas, ainda que muitas delas estejam a céu aberto, na arquitetura da região. 

O endereço para o início da viagem no tempo é a loja 99 do Mercado, com entrada pelo Largo Glênio Peres, na esquina da avenida Borges de Medeiros. Este é o endereço do Centro de Informações Turísticas (CIT), espaço que foi reaberto pela prefeitura nas últimas semanas e onde os passeios são oferecidos ao público por um grupo de guias de turismo cadastrados e ligados ao Sindicato Estadual dos Guias de Turismo do Rio Grande do Sul (Sindegtur/RS).

Os valores variam de acordo com o número de participantes: R$ 50 no caso de haver apenas um interessado, R$ 30 por pessoa quando houver entre dois e cinco presentes, e R$ 25 a partir de seis pessoas. 

Na manhã desta segunda-feira, como forma de oficializar a atividade, o Sindicato promoveu alguns tours, um deles apenas para comunicadores. O objetivo era mostrar, para quem ainda tem dúvidas, o potencial turístico de Porto Alegre nos seus 250 anos de existência, comemorados em março. O percurso foi de apenas poucos metros, mas repleto de histórias.

A guia Andréia Gruner começou por dentro do Mercado Público, alternando fatos importantes com as lendas que a eles se misturam no mais tradicional ponto de abastecimento da Capital. Mostrou, por exemplo, a placa que indica o 1,40 metro de profundidade que a água alcançou no local durante a enchente de 1941, e contou detalhes sobre o tempo em que a pesca chegava direto do Guaíba para o estabelecimento, recebendo o nome de peixes Coreia, devido ao seu preço mais acessível, em alusão ao espaço mais popular do estádio Beira-Rio. 

Do lado de fora, o passeio incluiu o Chalé da Praça XV, localizado em frente ao Mercado. Na beleza eclética que todos veem quando passam pelo restaurante, há importantes informações arquitetônicas. Toda a estrutura metálica de sustentação, por exemplo, é de origem inglesa e foi montada em Porto Alegre depois de uma exposição na argentina.

Ladrilhos hidráulicos com detalhes tridimensionais são um dos destaques do interior do estabelecimento, que era recanto de intelectuais e artistas no século 20. O tour ainda incluiu a Praça Montevidéu e a Pinacoteca Aldo Locatelli, localizada no porão do Paço Municipal. 

Integrante do conselho consultivo do Sindegtur, Mauri Weber explicou que a iniciativa de promover os tours partiu da necessidade de, durante as comemorações dos 250 anos de Porto Alegre, quebrar o mito de que a Capital não tem opções de turismo e lazer.

“O objetivo é termos guias disponíveis a qualquer momento, para qualquer pessoa, para fazer city tour no Centro Histórico”, destacou, adiantando que novas atividades estão sendo pensados. Segundo a presidente do Sindicato, Rosane Feltrin, o diferencial dos passeios é a possibilidade de conhecer a região a pé.

“O turismo hoje tem demonstrado que é fundamental como suporte econômico para centenas de cidades. Porto Alegre tem que começar a trabalhar nesse sentido, cada vez mais forte”, disse o secretário extraordinário dos 250 anos, Rogério Beidacki, que acompanhou a atividade desta segunda e disse que a reabertura do CIT é fundamental, pois está no coração da cidade e serve tanto para o turista quanto para o porto-alegrense.

O titular da pasta ainda adiantou que estão sendo pensados novos passeios turísticos em diferentes locais da região central em função das comemorações do aniversário da cidade.


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