Pelo quarto dia seguido, internações por Covid-19 batem recorde no RS

Pelo quarto dia seguido, internações por Covid-19 batem recorde no RS

Taxa de ocupação das UTIs no Estado passou de 80% pela primeira vez desde março

Jessica Hübler

Em Porto Alegre, a taxa de ocupação das UTIs atingiu a maior marca desde março

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As internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de pacientes com Covid-19 no Rio Grande do Sul bateram o recorde pelo quarto dia consecutivo chegando a 771 pacientes com diagnóstico positivo na tarde desta sexta-feira. Além disso, outros 167 pacientes estavam internados, também em UTIs, por suspeita da doença, totalizando 938 leitos ocupados por pacientes relacionados, o que representava 45,95% do total de 2.041 pacientes internados em UTIs em todo o território gaúcho. A taxa de ocupação das UTIs no Estado passou de 80% pela primeira vez desde março, chegando a 80,4% na tarde desta sexta-feira.

O número de internações por conta da Covid-19 em leitos clínicos no Rio Grande do Sul demonstrou igualmente um crescimento expressivo nos últimos dias. Desde 20 de novembro, os hospitais gaúchos vêm batendo recordes de internações de pacientes com diagnóstico positivo da doença.

O maior número havia sido registrado em 28 de julho, quando as internações nas enfermarias eram 1.027. No dia 20 de novembro, o número chegou a 1.038 e, na tarde de ontem, eram 1.167. Além disso outros 624 pacientes, também em leitos clínicos, tinham suspeita do novo coronavírus.

Quadro se agrava em Porto Alegre

Em Porto Alegre o quadro também está se agravando. A taxa de ocupação das UTIs atingiu a maior marca desde março, chegando a 93,11%. Dos 703 pacientes, 255 tinham diagnóstico positivo da Covid-19 e 22 estavam com suspeita da doença, totalizando 277 internações em UTIs relacionadas ao novo coronavírus, o que representava 39,40% do total. Durante a tarde de hoje, a Capital contava com apenas 52 dos 779 leitos de UTI disponíveis, pois 703 estavam ocupados por pacientes e 24 bloqueados.

O Hospital Moinhos de Vento decidiu manter a Emergência com restrição de atendimento para pacientes com suspeita, especificamente, de Covid-19, com sintomas leves ou quadro de menor gravidade. A medida será mantida até a próxima segunda-feira. "A Emergência seguirá atendendo pacientes graves e pessoas sem suspeita de coronavírus. Essa medida se dá em caráter de exceção, para que possamos priorizar os pacientes mais graves, mantendo a excelência de nosso atendimento", salientou o superintendente Médico do Hospital Moinhos de Vento, Luiz Antonio Nasi. 

O Hospital Restinga e Extremo-Sul (HRES), por sua vez, reabrirá a tenda de triagem e atendimento para pacientes com sintomas do novo coronavírus. O espaço estará aberto das 8h às 17h e havia funcionado entre 24 de março e 31 de outubro. A definição segue as orientações da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS), que alterou as ações com a registro de aumento recente de casos da doença.

Entidades pedem colaboração da população 

Por conta do quadro atual da pandemia e o crescente número de internações e óbitos, novamente as entidades que representam os setores de comércio, serviços e ensino se manifestaram com o objetivo de mobilizar a população e os órgãos de segurança. Uma carta, assinada por Sindha, Sindilojas, CDL Poa, Sescon, Sinepe e Secovi, foi direcionada à população da Capital e divulgada hoje. 

No documento, onde o tom de conscientização é enérgico, é feito o pedido para que sejam evitados todos os tipos de encontros sociais e aglomerações, bem como outras orientações. Também direcionada aos órgãos de segurança pública, a carta "implora" que Ministério Público, Brigada Militar, Guarda Municipal e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico fiscalizem e apliquem punições à população e aos estabelecimentos que descumprirem protocolos.

"O isolamento social ainda é nosso maior trunfo contra esse vírus ainda sem cura. Use máscara cobrindo totalmente nariz e boca, e oriente as pessoas mais próximas a fazerem o mesmo. Higienize as mãos com álcool gel a todo momento e lave com água e sabão sempre que tiver acesso. Evite espaços com grandes aglomerações e não seja responsável por organizar qualquer tipo de situação envolvendo grande número de pessoas", diz o documento.

Segundo a carta das entidades, "´precisamos tomar essa responsabilidade coletiva com urgência e salvar vidas. Somente com o envolvimento de todos essa mobilização terá os resultados necessários para sairmos dessa nova zona de perigo. Não há mais tempo a perder e podemos provar que com conscientização e empatia conseguimos cuidar uns dos outros. Contamos com todos vocês", finaliza o documento. 


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