Pessoas que tiveram contato com lama da barragem terão acompanhamento
Para o Ministro da Saúde, preocupação com sintomas de intoxicação aguda é necessária
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Também será dada atenção especial para gestantes que vivem na área próxima do acidente para descartar o risco de contaminação e má-formação dos fetos. Autoridades sanitárias recomendaram que a população que está na região afetada procure atendimento médico caso apresente náuseas, vômito, tontura ou fraqueza.
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Para Mandetta, a preocupação com sintomas de uma intoxicação aguda é necessária. Mas ele enfatiza também a necessidade de se fazer monitoramento para evitar a intoxicação crônica, um risco presente. "Nesse primeiro momento, certamente ninguém vai fazer uso da água do rio. Mas é preciso verificar o que vai ocorrer com o solo, evitar o consumo de alimentos produzidos ou irrigados na área afetada." Laudo de amostras coletadas até o momento identificaram altas concentrações de mercúrio, chumbo e também a presença de cádmio. Mandetta observa que a intoxicação aguda, neste momento, é difícil de ser identificada. "As pessoas vivem neste momento um período de grande desgaste, stress. Os sintomas são facilmente confundidos."
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O cádmio presente na água é cancerígeno. A exposição crônica do chumbo pode provocar anemia, distúrbios neurológicos e renais. Altos níveis de mercúrio no organismo também podem levar a problemas neurológicos, problemas renais e pulmonares. A ação tóxica do mercúrio no sistema nervoso é irreversível. "As ações de vigilância na região começaram desde o dia do rompimento e serão mantidas até quando for necessário. Com análises periódicas da água e do solo e o acompanhamento do estado de saúde dos moradores", disse Mandetta.
A contaminação também provocou reflexos na fauna da região. "É preciso acompanhar qual será o impacto dos metais pesados, por exemplo, nos roedores, morcegos e as consequências para o ecossistema", disse o ministro. Outra preocupação será com a decomposição de corpos de animais. "Não se sabe qual será o impacto, se haverá propagação de bactérias ou vírus presentes nesses organismos." O receio é de que não apenas o solo seja contaminado como o lençol freático. A recomendação é de que população não utilize poços artesianos, apenas consuma água fornecida pela rede de abastecimento.
Na noite de terça-feira, dia 29, o governo de Minas divulgou um laudo que atesta a contaminação do Rio Paraopeba e os riscos à saúde humana e animal. As análises foram feitas com mostras coletadas entre os dias 25 (quando o acidente ocorreu) e 29. Foram encontrados valores até 21 vezes acima do aceitável de chumbo total e mercúrio total.
Também foi constatada a presença de níquel, chumbo, cádmio, zinco no dia 26 em um dos pontos de monitoramento. Diante dessa situação, o governo de Minas desaconselha o uso da água para qualquer finalidade até que a situação esteja normalizada. A recomendação vale desde a confluência do Rio Paraopeba com o Córrego Ferro-Carvão até Pará de Minas. Deve ser respeitada uma área de 100 metros das margens acometidas.